O presidente Donald Trump anunciou na terça-feira (24) que não pretende mais seguir as normas tradicionais ao dispor de tropas da Guarda Nacional, justificando sua decisão com base em leis federais e experiências anteriores. A medida ocorreu após o uso de mais de 4 mil militares nos protestos em Los Angeles, sem o apoio do governador Gavin Newsom.
Decisão de agir sem o apoio dos governos estaduais
Durante entrevista no Salão Oval, Trump afirmou que, em ocasiões anteriores, aguardou que governadores solicitassem a presença da Guarda Nacional, mas que agora prefere agir de forma mais rápida e independente. “Tenho que lembrar, já estive aqui antes e segui todas as regras, mas percebi que elas podem atrasar ações necessárias”, declarou.
Base legal para a atuação militar
A administração Trump justificou a implantação da força militar com uma lei federal que permite o envio de tropas em caso de invasão, rebelião ou se o presidente considerar que as leis federais não podem ser executadas com os recursos disponíveis. Segundo o governo, essa lei ampara ações como a mobilização de tropas durante manifestações.
Controvérsia jurídica e crítica local
Na Califórnia, o procurador-geral Rob Bonta afirmou que não havia risco de rebelião ou invasão estrangeira no momento, além de questionar a necessidade da intervenção militar. “Não há ameaça de rebelião, invasão ou incapacidade das forças locais de garantir a segurança pública”, afirmou Bonta, lembrando que a lei que autorizou o envio das tropas foi utilizada de forma controversa.
Um processo judicial aponta que a ação viola o Tenth Amendment, por representar uma invasão do poder estadual por parte do governo federal sem evidências concretas de necessidade.
Defesas de Trump e preocupações com segurança
Apesar das críticas, Trump defendeu a medida, destacando que as forças policiais de Los Angeles não estavam preparadas para controlar as manifestações, que embora majoritariamente pacíficas, tiveram episódios de vandalismo. “Los Angeles estava sob cerco até a chegada das forças federais. A polícia local não pôde manejar a situação”, declarou.
O presidente também mencionou que a presença militar era importante devido aos Jogos Olímpicos de Los Angeles, que ocorrerão daqui a três anos. “Nós temos que garantir que a cidade esteja preparada e que sua imagem não seja prejudicada pelas imagens de caos”, afirmou.
Perspectivas futuras e impacto na relação entre Estados e União
Essa postura de Trump marca uma mudança na abordagem federal perante protestos e manifestações. Especialistas alertam para o risco de avanço nas ações de intervenção militar sem respaldo adequado, podendo prejudicar a relação entre os governos estaduais e federais. A controvérsia continuará a gerar debates sobre os limites do poder presidencial na aplicação da lei.