Em meio à escalada de tensões e protestos contra suas ações, o ex-presidente Donald Trump busca apoio de figuras-chave no Departamento de Defesa para intensificar a repressão, incluindo o uso potencial de força letal contra cidadãos americanos, segundo fontes confidenciais. Recentemente, seu alinhamento com o chefe do Pentágono revela uma postura preocupante de obediência irrestrita às ordens presidenciais, mesmo aquelas que poderiam infringir a lei.
Soldados na linha de frente contra protestos
De acordo com declarações de ex-funcionários militares, Trump teria solicitado que tropas do Exército e da Guarda Nacional atirassem em manifestantes, inclusive na tentativa de disparar nas pernas em um esforço para dispersar as multidões. O ex-secretário de Defesa, Mark Esper, revelou que Trump pediu explicitamente para que as tropas reagissem com violência nos protestos de 2020, sugerindo inclusive o uso de disparos de baixa intensidade — uma ordem que, se executada, poderia configurar crime.
Durante uma audiência em janeiro, o secretário de Defesa empossado por Trump, Pete Hegseth, evitou responder se obedeceria a uma ordem similar, escudando-se na suposta lealdade ao presidente. “One of the things that President Trump is so good at is never strategically tipping his hand,” declarou Hegseth, evitando esclarecer sua posição diante de ordens potencialmente ilegais.
Escalada militar e controle de manifestações
Recentemente, Trump autorizou a mobilização de tropas na Califórnia, incluindo 2 mil militares da Guarda Nacional e, posteriormente, um batalhão de 700 Marines, para ações relacionadas às manifestações contra suas políticas de imigração. Apesar das leis federais proibirem prisões por militares sem o uso do Ato de Insurreição de 1807, Trump ameaçou ampliar a presença militar por todo o país, pressionando por uma resposta «mais dura» às manifestações.
Gavin Newsom, governador da Califórnia, contestou a escalada, apresentando uma ação judicial para cancelar a intervenção militar, alegando que o governo federal agiu sem requisitação formal. Mesmo assim, a administração Trump insistiu na ampliação do reforço militar, transformando a questão em uma crise institucional.
Questões legais e críticas à liderança
Especialistas e políticos apontam que Trump tenta consolidar um poder de facto que desafia o Estado de Direito. Senator Mazie Hirono criticou a postura, afirmando que “Trump está abusando de sua autoridade e tentando se apresentar como rei, o que é um precedente perigoso para a democracia brasileira”.
Elementos do Pentágono também têm se manifestado de forma ambígua. Sean Parnell, porta-voz do Pentágono, declarou que a mobilização foi uma resposta às ações de lideranças estaduais como Gavin Newsom, acusando-os de fraqueza na proteção às forças federais contra extremistas e manifestações violentas.
Pontes para um possível autoritarismo
Ao celebrar sua postura de confronto, Trump mostra que conta com aliados militares dispostos a seguir suas orientações sem considerar limites legais ou constitucionais. O episódio remete ao confronto de 2020, quando Trump ordenou a expulsão dos manifestantes no Lafayette Square, uma ação que gerou críticas internacionais e que resultou na demissão do então secretário de Defesa, Mark Esper.
Com a atual postura de Hegseth e demais oficiais militares, cresce a preocupação sobre um possível avanço de práticas autoritárias, caso Trump retome o poder na próxima eleição. Analistas alertam para o risco de uma militarização aberta do controle social, colocando em risco os fundamentos democráticos do país.
Perspectivas futuras e questionamentos
Autorizado por Trump, o uso de forças militares contra civis permanece uma ameaça latente, enquanto aliados no Pentágono parecem prontos a cumprir ordens que, até então, seriam ilegais e consideradas abusivas. A dúvida central é se o sistema de freios e contrapesos resistirá à tentativa de avanço dessas ações, ou se o país terá de enfrentar uma crise institucional sem precedentes.