O caso de Alex Gabriel dos Santos, um adolescente de 16 anos encontrado morto em Pontal, interior de São Paulo, chocou a comunidade local e gerou grande comoção. O jovem foi sequestrado, torturado e assassinado após ter encontrado um celular. Seus planos para ajudar a família e seus amigos foram abruptamente interrompidos.
A história de Alex e seus sonhos interrompidos
A mãe de Alex, Evilene Pereira dos Santos, relembra o filho como um menino trabalhador e carinhoso, sempre disposto a ajudar a família. Ele havia recém-começado um trabalho como servente de pedreiro e tinha planos detalhados sobre o que faria com seu primeiro salário. “Ele tinha sonhos de ter uma moto, de ter um serviço registrado e de terminar os estudos”, afirma Evilene. Seu entusiasmo e suas aspirações eram um reflexo do caráter sonhador da juventude.
No dia 1º de junho, Alex desapareceu depois de comunicar à família que havia encontrado um telefone celular. Seu corpo foi encontrado às margens do Rio Pardo, próximo ao distrito de Cândia, em uma localização que indicava a gravidade do crime. As investigações foram rapidamente iniciadas e a Polícia Civil classificou o caso como homicídio qualificado, tortura e ocultação de cadáver.
Homicídio brutal e prisões
Até o momento, quatro homens foram presos sob suspeita de envolvimento no crime. Os autores, identificados como Uanderson dos Santos Dias (19), João Guilherme Moreira (27), Alex Sander Benedito Ferreira (23) e Jean Carlos Nadoly (28), ainda não tiveram suas defesas localizadas para comentar as acusações. A polícia investiga a hipótese de que o crime tenha sido uma retaliação pela suposta ‘falta’ do celular, embora a possibilidade de roubo tenha sido descartada.
O legado de um jovem alegre
As recordações de Alex vão além da tragédia. Ele era querido por todos que o conheciam, um menino que, segundo sua mãe, “fazia amigos por onde passava”. Sua prima, Débora Poliane Santos Ferreira, explicou que Alex sempre foi prestativo e obedeceu à mãe, perpetuando uma imagem carinhosa e gentil.
Ainda que a dor da perda seja imensurável, as lembranças dos momentos alegres de Alex se tornaram um pilar de consolo para a família. A característica notável de seu humor e de sua empatia sempre será lembrada, especialmente pelos amigos que estiveram ao lado da mãe durante os difíceis dias de busca. “Um amigo participou das buscas e acabou passando mal no velório, ele era muito amado”, relata Evilene, emocionada.
Mobilização e clamor por justiça
A dor e a indignação geradas pela morte de Alex não ficaram restritas à sua família. A comunidade de Pontal se mobilizou em um apelo por justiça. Aiury Santos da Silva, uma dona de casa que não tinha ligação familiar com o jovem, lançou uma campanha nas redes sociais que rapidamente ganhou força. “Criei uma página no Instagram e começamos a arrecadar fundos para ajudar a família com os custos legais”, conta Aiury. Sua mobilização gerou mais de um milhão de visualizações e uma grande onda de solidariedade.
O caso de Alex, com suas trágicas circunstâncias, alimenta um debate sobre a violência crescente que jovens enfrentam em toda a sociedade. A esperança de que a justiça seja feita permanece viva entre aqueles que, como Aiury, se uniram para buscar por respostas.
Reflexão sobre a perda
A história de Alex é um lembrete doloroso do quão efêmera e frágil pode ser a vida. Com sua morte, muitos sonhos se foram, e a lembrança de um jovem que beijava a vida com risadas e planos grandiosos agora clama por justiça. “Ele era um menino meigo, alegre e cheio de vida. Seu sorriso permanecerá em nossas memórias”, conclui Débora, emocionada.
A combinação de crimes violentos e o clamor por um futuro mais seguro compõem o pano de fundo trágico desta história. A comunidade de Pontal não se esquece de Alex e luta fervorosamente para que sua vida não tenha sido em vão.