Tom Felton, conhecido por interpretar Draco Malfoy na série “Harry Potter”, está recebendo uma onda de críticas por sua postura ambígua em relação às controvérsias envolvendo J.K. Rowling, que tem sido alvo de acusações de transfobia. O ator, que retornará ao personagem na estreia do musical “Harry Potter and the Cursed Child” na Broadway, foi questionado sobre as declarações de Rowling, mas optou por uma resposta evasiva e insatisfatória.
Resposta fraca em entrevista e o impacto na imagem de Felton
Durante o tapete vermelho do Tony Awards, Felton foi perguntado sobre as opiniões de Rowling acerca de questões trans e sua influência na sua carreira. Sua resposta, que pareceu preparada por assessores de imprensa, evitou condenar as declarações da autora e minimizou a importância do assunto. Essa postura reforça uma imagem de omissão diante de um debate que tem impacto na comunidade LGBTQ+ e em fãs.
Em anos anteriores, Felton também demonstrou uma falta de posicionamento claro. Em 2022, afirmou que “não conhecia detalhes” sobre as controvérsias, justificando com a falta de tempo para se aprofundar nas questões. Essa justificativa foi vista por muitos como uma tentativa de não se posicionar perante um tema de grande relevância social.
Contrastando com colegas de elenco que defenderam os direitos trans
Ao contrário de Felton, seus colegas Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint manifestaram publicamente apoio à comunidade trans. Radcliffe, por exemplo, escreveu um artigo em 2020 afirmando que “mulheres trans são mulheres” e condenando abertamente as declarações de Rowling. Watson também expressou seu respeito e amor pelos fãs trans, enquanto Grint se declarou solidário à causa.
Esses atos de coragem mostram que é possível apoiar a diversidade e lutar contra o preconceito, mesmo frente às pressões da indústria ou ao medo de perder oportunidades. E é exatamente essa a expectativa que muitos têm em relação a Felton: que ele, eventualmente, adote uma postura mais consciente e ética.
J.K. Rowling e a retaliação contra atores que se posicionam
Desde que os atores de Harry Potter começaram a falar publicamente contra Rowling, a autora passou a atacá-los, inclusive com comentários depreciativos e piadas infames. Ela chegou a dizer, de forma irônica, que Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint “estragam” qualquer produção em que participem. Essa retaliação revela a resistência de Rowling em reconhecer o impacto de suas palavras e sua aversão a qualquer forma de crítica.
A responsabilidade de Felton e a necessidade de um posicionamento
O silêncio de Tom Felton diante de tantas evidências é, para muitos, uma demonstração de que ele valoriza mais o sucesso profissional do que princípios éticos e sociais. O fato de ele estar envolvido na produção do novo projeto de “Harry Potter” na HBO reforça a sensação de que sua prioridade é seguir prosperando na franquia, mesmo que isso signifique ignorar questões que afetaram profundamente diversos fãs.
Para os críticos, essa postura reforça uma ideia de que alguns artistas preferem evitar conflitos por interesses pessoais, deixando de lado a responsabilidade social de promover inclusão e respeito. E, nesse contexto, a ausência de uma fala firme de Felton é vista como uma decepção, pois reforça o cenário de que o silêncio também pode ser uma forma de indulgência perante o preconceito.
Precisamos de coragem, não de omissão
Para a comunidade LGBTQ+ e todos que defendem direitos iguais, é fundamental que celebridades como Tom Felton entendam o papel que podem desempenhar na construção de uma sociedade mais justa. O silêncio, muitas vezes, é interpretado como conivência, e essa é uma lição importante para quem tem influência sobre milhões de fãs.
Assim, espera-se que, no futuro, Felton possa usar sua visibilidade para apoiar causas importantes e mostrar que o sucesso na carreira não precisa vir sem responsabilidade social. Afinal, o respeito às diferenças é o verdadeiro poder de artistas e figuras públicas.
