Brasil, 13 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Tcu aprova contas de 2024 do presidente lula com ressalvas

Tribunal de Contas da União aprova contas de Lula, mas aponta irregularidades em gastos e recomendações ao governo federal.

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou com ressalvas as contas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), relativas ao exercício de 2024. A decisão foi divulgada nesta quarta-feira, dia 11 de junho. Os ministros do TCU acompanharam por unanimidade a proposta do relator, Jhonatan de Jesus, que apresentou um parecer prévio sobre a gestão financeira do governo federal.

Visão geral das contas e fiscalização

No Balanço Geral da União, o volume de recursos fiscalizados alcançou R$ 16,4 trilhões, levando em conta a perspectiva patrimonial, que abrange bens, direitos e obrigações. Além disso, foram analisados R$ 7 trilhões sob a perspectiva orçamentária, que inclui despesas empenhadas e receitas arrecadadas. O parecer do TCU contém três recomendações e dois alertas ao Poder Executivo Federal, e evidenciou três ressalvas, entre as quais uma irregularidade e duas impropriedades na execução dos orçamentos.

Despesas previdenciárias e sua relevância

O relatório do ministro Jhonatan de Jesus trouxe à tona a situação dos gastos previdenciários, que em 2024 totalizaram R$ 938 bilhões, representando 42,6% do total das despesas primárias da União. O total do déficit dos regimes previdenciários foi de R$ 419 bilhões. O relator ressaltou que as causas estruturais por trás desse déficit incluem a alta taxa de informalidade no mercado de trabalho, especialmente entre trabalhadores rurais, e a desigualdade regional, bem como a alarmante situação de cinco milhões de idosos sem proteção previdenciária.

“Não basta tratar o déficit como mera conta fiscal: a sustentabilidade da previdência é um desafio coletivo, que exige novas fontes de custeio além da folha de salários e políticas que ampliem a cobertura contributiva”, afirmou Jhonatan de Jesus durante a apresentação do relatório.

Restos a pagar e possíveis impactos futuros

Outro ponto importante abordado foi o total de restos a pagar, que em 2025 deve atingir R$ 311 bilhões, o valor mais alto dos últimos dez anos. O TCU alertou que, apesar do governo ter cumprido os limites legais, o volume significativo de restos a pagar pode comprometer a execução orçamentária do governo para 2025.

Ressalvas e irregularidades nas contas de 2024

As ressalvas mencionadas no relatório referem-se a falhas e irregularidades que, embora não comprometam a regularidade das contas, precisam ser corrigidas. Entre as ressalvas estão a execução parcial de emendas parlamentares e a não conformidade com os requisitos legais para a instituição de renúncias de receitas. O relator apontou que a execução das emendas individuais foi de 90,8%, enquanto as de bancada estadual alcançaram 84,8%.

Quanto aos requisitos para a instituição de renúncias, a falta de memórias de cálculo detalhadas para justificar as estimativas de renúncias tributárias gerou a única irregularidade nas contas. O TCU observou que o governo não apresentou informações suficientes que detalhassem o impacto financeiro dessas medidas, o que é uma exigência com base na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Novos benefícios tributários e suas implicações

O governo também sancionou projetos de lei do Legislativo que criaram novos benefícios tributários sem comprovar o cumprimento das exigências da LDO e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Em 2024, esses benefícios tributários somaram R$ 563,5 bilhões e os financeiros e creditícios R$ 114,9 bilhões, totalizando 5,8% do PIB e 31% da receita primária líquida. O TCU acredita que a arrecadação poderia ter sido maior sem essas renúncias fiscais.

Recomendações do tcu ao governo federal

Diante das questões levantadas, o TCU fez três recomendações ao Poder Executivo Federal:

  • Melhoria nas notas de projeção do BPC: O TCU recomendou que o Ministério do Desenvolvimento Social otimize a elaboração das notas técnicas que fundamentam as projeções do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
  • Informações sobre execução orçamentária: A Controladoria-Geral da União (CGU) deve incluir anualmente informações específicas sobre a execução orçamentária e financeira das emendas impositivas individuais e de bancada estadual.
  • Investimentos programáticos: A CGU também precisa fornecer informações sobre o cumprimento das exigências relacionadas à programação de investimentos segundo a legislação vigente.

O TCU enfatizou a importância de que o governo adote medidas concretas para melhorar a gestão pública, corrigir as falhas e evitar a repetição de problemas nos próximos exercícios financeiros. A previsão de ajustes e melhorias será vital para garantir a sustentabilidade das contas públicas e a efetividade dos serviços prestados à população.

Essa aprovação com ressalvas das contas do presidente Lula reflete um momento decisivo para a administração pública brasileira, revelando a necessidade contínua de transparência, responsabilidade e compliance na gestão dos recursos públicos.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes