Brasil, 12 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

STF oficializa pedido de extradição de Carla Zambelli

O Supremo Tribunal Federal pede a extradição da deputada Carla Zambelli após condenação por invasão de sistemas do CNJ.

O Supremo Tribunal Federal (STF) oficializou, nesta quarta-feira (11/6), o pedido de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP). Um ofício eletrônico foi enviado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ-SP) com assinatura do juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, que atua no gabinete do ministro da Corte, Alexandre de Moraes.

Atualmente na Itália, Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por sua participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023, onde inseriu um falso mandado de prisão contra Moraes. A deputada deixou o Brasil após a condenação, cruzando a fronteira para a Argentina.

Da condenação até a fuga

  • Em 15 de maio, a Primeira Turma do STF condenou Zambelli por unanimidade a 10 anos de prisão e à perda de mandato por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
  • Em uma entrevista coletiva, Zambelli mencionou problemas de saúde que, segundo ela, a impediriam de sobreviver à prisão. “Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia”, afirmou.
  • Após a condenação, no dia 23 de maio, a defesa de Zambelli recorreu da decisão e apresentou embargos declaratórios.
  • Em 25 de maio, a parlamentar deixou o Brasil por via terrestre pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu (PR).

No ofício eletrônico, consta um resumo detalhado do caso. O documento afirma que a parlamentar foi condenada à pena de 10 anos de reclusão e 200 dias-multa, com o valor do dia-multa equivalente a 10 salários mínimos nacionais.

“A Sra. Carla Zambelli Salgado de Oliveira, de maneira livre, consciente e voluntária, comandou a invasão a sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário, mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários ao cumprimento de tal mister, com o fim de adulterar informações, sem autorização expressa ou tácita de quem de direito”, diz trecho do ofício eletrônico.

Além disso, o nome de Zambelli foi incluído na lista vermelha da Interpol, que busca indivíduos procurados internacionalmente. O STF já havia determinado o bloqueio de salários e verbas de gabinete da deputada, assim como a perda de seu mandato, com a intenção de direcionar esses valores para o pagamento de uma multa de R$ 2 milhões por danos coletivos.

Licença e afastamento do cargo

Atualmente, Zambelli está afastada por um período de 120 dias do mandato de deputada federal por São Paulo. Ela alegou “interesse pessoal” como motivo de sua saída temporária do cargo. O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) assumiu sua posição durante esse tempo.

O mandado de prisão da deputada foi expedido em 4 de junho, porém em caráter preventivo. No último sábado, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão definitiva de Carla Zambelli, que deve se manter na Itália sob a expectativa da decisão de extradição.

Enquanto isso, o cenário político brasileiro observa atentamente a trajetória de Zambelli, que continua a gerar polêmica e debate, refletindo a complexidade e os desafios do sistema judicial no Brasil. A opinião pública se divide entre aqueles que apoiam sua postura e os que clamam por justiça, ansiosos por desfechos que influenciam não apenas a política, mas também a confiança nas instituições.

Com a formalização do pedido de extradição, o STF tenta reforçar a integridade do poder judiciário, desafiando as ações de ex-parlamentares e seu impacto na democracia brasileira. O desdobramento deste caso será crucial para levar à discussão a accountability dos representantes públicos e suas responsabilidades legais.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes