A seleção brasileira masculina de vôlei estreia na Liga das Nações nesta quarta-feira, contra o Irã, no Maracanãzinho, a partir das 17h30, com transmissão pelo Sportv 2. O time que entrará em quadra é marcado por uma renovação significativa. Com uma equipe jovem e de pouca experiência em competições internacionais, o treinador Bernardo Rezende, conhecido como Bernardinho, teve que adaptar sua abordagem e seu modo de se relacionar com os novos atletas.
A nova abordagem de Bernardinho
Bernardinho, que comandou a seleção por mais de uma década entre 2001 e 2016 e retornou ao cargo em outubro de 2023, destaca a necessidade de ter paciência com esses jogadores inexperientes. Em suas palavras, “podemos esperar pouca experiência e temos de lidar com expectativas”, referindo-se ao desafio que a equipe enfrentará. O treinador acrescenta que é fundamental que estes atletas aprendam a lidar com a pressão e o cenário internacional ao longo do torneio. Para criar um ambiente mais saudável para os jovens, ele implementou o uso de uma hashtag, #aculpaedobernardinho, como uma forma de proteger os jogadores das críticas nas redes sociais, que, segundo ele, têm causado crises emocionais em muitos deles.
Desafios e expectativas para a partida contra o Irã
O Brasil enfrentará em sua primeira semana de competições equipes tradicionais como Cuba, Ucrânia e Eslovênia. A estreia contra o Irã, especialmente, é considerada desafiadora. Bernardinho menciona que o Irã, que foi campeão mundial sub-21 e tem um time forte e experiente, trouxe um novo técnico, o italiano Roberto Piazza. Isso aumenta ainda mais a competição e as expectativas para a partida.
Durante uma coletiva de imprensa, Bernardinho lamentou a ausência de Lucarelli, considerado o jogador mais experiente do grupo. O atleta, com 33 anos, está fora da primeira etapa devido a uma contusão no ombro. Em sua ausência, Flávio, de 32 anos, foi escolhido para ser o capitão da equipe. “O Lucarelli estava se preparando para se juntar a nós, mas temos que ir devagar com ele”, explicou Bernardinho.
A evolução da liderança no esporte
Com o time renovado, Bernardinho tem focado em desenvolver uma nova forma de liderança. Ele menciona que a conexão com essa nova geração de jogadores é diferente da que tinha antes com atletas como Gustavo e Giba. “Alguns ex-atletas me perguntam cadê o Velho Testamento”, referindo-se às suas metodologias mais rígidas e disciplinares. Ele reconhece que não é mais aceitável liderar da mesma maneira que antes e que precisa ser mais próximo e compreensivo com os jogadores, um processo que ele considera uma aprendizagem contínua.
Apesar de toda a mudança, Bernardinho garante que mantém suas exigências. Ele descreve como foi significativo para ele se adaptar às novas gerações e como o contexto familiar e educacional que vivenciou afetou sua visão sobre o comando da equipe.
O que esperar na Liga das Nações
Cristalizando sua confiança, Bernardinho acredita que a atual geração de jogadores é cheia de vontade de aprender e se desenvolver. Ele destaca que o entusiasmo dos jovens atletas é contagiante e que isso, aliado ao conhecimento que ele possui, pode trazer resultados positivos no torneio. “Sinto prazer no dia a dia, nos treinos”, afirma o técnico, ressaltando sua paixão pelo esporte e pela formação desses novos atletas.
À medida que a competição avança, ele estará atento às performances da equipe e ao desenvolvimento individual de cada jogador. A segunda etapa da Liga das Nações ocorrerá em Chicago, e a última fase acontecerá em Kanto, ambos momentos importantes para que a equipe se mostre competitiva em um cenário internacional.
Com desafios pela frente e uma nova abordagem de liderança, a seleção brasileira masculina de vôlei tem muito a mostrar na Liga das Nações. Sob a tutela de Bernardinho, a equipe está pronta para criar uma nova história e resgatar o espírito vencedor que caracteriza o vôlei brasileiro.
