O saldo de empregos no comércio do estado de São Paulo registrou um déficit de 3.313 vagas em março, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (11) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (FecomercioSP). Foram contabilizadas 149.357 demissões e 146.044 admissões no período.
Cenário de desaceleração no mercado de trabalho
O resultado reflete, principalmente, o desempenho do varejo, que havia registrado um superávit de 8.447 vagas em março de 2024. Segundo a FecomercioSP, a queda no consumo, juros elevados, aumento na inadimplência e a menor confiança na economia foram os principais fatores que influenciaram esse cenário.
“A tendência de queda no mercado de trabalho pode ser um sinal de antecipação de uma desaceleração econômica, mesmo que os dados do PIB e das vendas ainda não indiquem esse movimento”, destacou a federação.
Ela alerta que, se essa tendência se confirmar nos próximos meses, os impactos podem se estender ao emprego, à renda e à atuação do comércio e dos serviços em geral, agravando o quadro econômico do estado.
Setor de serviços mantém alta em março
Enquanto o comércio enfrenta dificuldades, o setor de serviços fechou o mês de março com um superávit de 20.301 postos de trabalho. No mesmo período de 2024, o resultado havia sido de 45.385 vagas criadas.
De acordo com a FecomercioSP, setores como saúde, informação e comunicação, e sobretudo transporte, armazenagem e correio, ganharam impulso em março. Esses segmentos indicam a continuidade de tendências estruturais, como a demanda logística, a digitalização e a importância de serviços essenciais, ajudando a compensar a perda de fôlego em áreas mais cíclicas.
Especialistas apontam que essas movimentações reforçam a diversificação e a resiliência do mercado de trabalho paulista, embora o crescimento no setor de serviços não tenha sido suficiente para equilibrar a deterioração no comércio.
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