Brasil, 12 de junho de 2025
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Reserva de ouro dos bancos centrais atinge recorde em 60 anos, aponta relatório

O estoque global de ouro pelos bancos centrais se aproxima de máximas históricas, impulsionado por diversificação e instabilidade econômica

Os bancos centrais do mundo inteiro estão aumentando suas reservas de ouro, que em 2024 atingiram 36 mil toneladas, nível não visto em seis décadas. Relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE) mostra que, enquanto o dólar perdeu espaço, o ouro conquistou uma participação maior nas reservas internacionais, chegando a 20% do total.

O papel do ouro nas reservas internacionais

Desde o fim padrão ouro na década de 1970, os estoques de ouro dos bancos centrais tiveram quedas e retomadas. Nos anos 1960, os cofres de instituições como o Forte Knox, nos Estados Unidos, chegaram ao pico de 38 mil toneladas. Atualmente, segundo o BCE, os bancos mantêm quase tanto ouro quanto em 1965, o que evidencia um movimento de recuperação.

Valorização e participação financeira

Além do volume físico, o ouro também ganhou peso financeiro nas reservas globais. Em 2024, o metal representou 20% do total, superando os 16% do euro e ficando atrás do dólar, que detém 46%, de acordo com dados do BCE. Isso ocorre por conta da valorização do ouro, que alcançou US$ 3.500 por onça em 2025, alta de 27% desde o início do ano.

Razões para o aumento das reservas de ouro

Especialistas apontam que a busca por diversificação de ativos por parte dos bancos centrais é uma das principais motivações. O relatório do BCE revela que, pelo terceiro ano consecutivo, as instituições adquiriram mais de mil toneladas de ouro em 2024, o que equivale a um quinto da produção mundial e o dobro da média registrada na década de 2010.

Fatores geopolíticos e econômicos

O fenômeno de desdolarização, sobretudo após a invasão da Rússia à Ucrânia em 2022, também contribui para a maior valorização do ouro como ativo de segurança. Países em desenvolvimento têm ampliado seu uso nas reservas para se proteger de instabilidades financeiras e sanções internacionais, como o caso da Rússia.

Investimento e perspectivas futuras

Segundo o BCE, os bancos centrais compraram mais de duas mil toneladas de ouro em 2024, buscando proteger seus ativos em um cenário de tensões globais. A aquisição de ouro é vista por investidores como um ativo seguro, mesmo sem rendimento de juros, devido à alta liquidez, estabilidade e imunidade a sanções econômicas.

Pesquisas indicam que dois terços dos bancos centrais investiram no metal com o objetivo de diversificação, enquanto 40% o utilizam como proteção contra riscos políticos e econômicos. O auge do estoque de ouro nos cofres globais reforça a tendência de resistência do metal como reserva de valor em tempos de crise.

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