No dia 11 de junho de 2025, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou que não concederá reajuste salarial para nenhuma categoria do funcionalismo público no próximo ano e que irá cortar o ponto dos professores em greve desde o dia 2 de junho. A informação provoca reações entre os educadores e gera preocupações quanto às condições de trabalho na rede pública de ensino.
A greve dos professores no Distrito Federal
A greve dos professores da rede pública do DF começou no início de junho, com o intuito de reivindicar um reajuste salarial de 19,8%, além de melhorias nas condições de trabalho e valorização da carreira. Apesar da paralisação, a Secretaria de Educação informou que das 713 escolas públicas apresentaram apoio ao movimento, sendo 102 completamente paralisadas. As demais unidades mantiveram o funcionamento de maneira parcial, uma vez que alguns servidores decidiram não aderir à greve.
Decisão do governador e suas implicações
Durante a declaração, Ibaneis Rocha afirmou que, devido a questões de equilíbrio fiscal, “não vai avançar em nenhuma pauta que diga respeito ao reajuste de salário”. O governador garantiu que o canal de diálogo com os sindicatos permanece aberto, mas que a administração não vai ceder a pressões para agradar entidades sindicais. “Teremos, certamente, várias greves esse ano, como é um ano pré-eleitoral e os sindicatos são comandados pela esquerda”, acrescentou.
O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), até o momento da publicação desta reportagem, não havia se manifestado oficialmente sobre as declarações do governador. Contudo, é certo que a posição do governo poderá intensificar o conflito e as tensões entre as partes envolvidas.
Intervenção judicial e multas
Vale destacar que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) considerou a greve dos professores ilegal e impôs uma multa diária de R$ 1 milhão ao sindicato. No entanto, essa punição foi suspensa pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo assim, a ordem de fim da paralisação e o corte de ponto foram mantidos.
Reivindicações dos professores
Os docentes que estão paralisados exigem uma série de melhorias, entre elas:
- Reajuste salarial de 19,8%;
- Possibilidade de professores contratados temporariamente utilizarem o tempo de serviço para melhoria de enquadramento quando se tornarem efetivos;
- Ampliação do percentual de aumento a cada mudança de padrão;
- Valorização da progressão horizontal, que inclui especialização, mestrado e doutorado, com ampliação dos percentuais de aumento salarial.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal afirmou que está acompanhando a situação dos profissionais e que a prioridade continua sendo a garantia do direito à educação, mantendo um diálogo responsável com os educadores.
Expectativas para o futuro
As declarações do governador e as contínuas greves dos professores levantam questionamentos sobre qual será o futuro da educação pública no Distrito Federal. Com a aproximação das eleições, o cenário político poderá influenciar diretamente as negociações entre o governo e os educadores.
A luta dos professores, que buscam reconhecimento e valorização, pode ganhar mais visibilidade nas próximas semanas, e o desfecho dessa greve poderá impactar não apenas a categoria, mas também a qualidade do ensino oferecido nas escolas públicas do DF.
À medida que o conflito se intensifica, resta acompanhar como o governo do DF e o sindicato dos professores irão reagir e quais medidas serão tomadas para buscar uma solução que beneficie a todos os envolvidos.
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