O Opus Dei apresentou suas novas propostas de estatutos ao Vaticano nesta sexta-feira, 11 de junho de 2025, após um processo de revisão iniciado em 2022 em decorrência das diretrizes do motu proprio Ad Charisma Tuendum.
Revisão dos estatutos em consonância com o Vaticano
De acordo com Monsenhor Fernando Ocáriz, prior do Opus Dei, a revisão tinha como objetivo adaptar os estatutos da prelatura às novas orientações do Papa Francisco, que desde 2022 coloca a organização sob a jurisdição da Secretaria de Estado, especificamente do Dicastery for the Clergy. O prelado destacou que, devido à vacância do governo vaticano, a conclusão do estudo não ocorreu na assembleia geral, mas agora foi formalizada pelo conselho geral e pelo conselho central da prelatura.
“O trabalho de revisão durou três anos, acompanhado por orações de todos. Peço que intensifiquem suas preces nesta fase final”, escreveu Ocáriz em uma carta ao clero e aos fiéis. A mensagem também lembra que junho marca os 50 anos do falecimento do fundador do Opus Dei, São Josemaría Escrivá.
O que vem a seguir
Agora, a questão está na avaliação do Vaticano, que deverá analisar e decidir se aprova ou solicita alterações adicionais às propostas apresentadas. O prazo para essa decisão permanece indefinido, sendo que o processo de análise costuma levar meses ou até anos.
Diálogo com o Papa e o futuro dos estatutos
Em 14 de maio de 2025, poucos dias após sua eleição, o Papa Leo XIV conversou com Ocáriz sobre o processo de revisão dos estatutos. Segundo a comunicação oficial do Opus Dei, o Sumo Pontífice questionou o andamento do estudo, que foi adiado devido ao falecimento de Papa Francisco, ocorrido em 21 de abril de 2025.
O Vaticano limitou-se a relatar que a reunião foi registrada na agenda papal, sem detalhar o conteúdo do encontro. Desde o início de 2022, a organização vem alinhando seus estatutos às novas diretrizes do Papa Francisco, que estabelecem mudanças estruturais na prelatura.
Contexto e importância das mudanças
As revisões têm como objetivo principal ajustar a estrutura da prelatura às orientações do motu proprio, que transfere a autoridade de liderar o Opus Dei do dicastério dos bispos para o dicastério do clero. Além disso, o documento aborda a necessidade de refletir essa mudança na legislação interna da organização, inclusive na proibição de a autoridade máxima, o prélado, ser elevado ao episcopado.
A intenção era que o congresso geral de 2025 aprovasse as mudanças e as submetesse ao Vaticano para avalição. Contudo, a assembleia focou na eleição de uma nova equipe de liderança, adiantando-se às etapas seguintes do processo.
Perspectivas futuras
O próximo passo é a análise do Vaticano, que poderá levar vários meses para concluir. Caso seja aprovada, a nova estrutura estatutária reforçará a adequação do Opus Dei às orientações do Papa Francisco, promovendo maior conformidade institucional e espiritual.
Este processo, que marca uma fase importante na história da organização, também tem reverberações na relação da prelatura com os demais setores da Igreja Católica, em uma época de constantes mudanças na administração eclesiástica.
Para acompanhar o desfecho dessa etapa, permanecemos atentos às comunicações oficiais do Vaticano e do Opus Dei, esperando que, em breve, novas informações sejam divulgadas.
Fonte: Catholic News Agency
