Reações dos militares sobre o uso de tropas na repressão
Servidores ativos e veteranos compartilharam opiniões francas em uma postagem no Reddit, questionando e criticando a medida. Um ex-marine afirmou que usar fuzileiros militares em operações de polícia é uma má ideia, comparando-os a cães de ataque usados para ordenar o rebanho, especialmente diante de jovens protestantes. Segundo ele, seus treinamentos de combate tornam-nos imprevisíveis e inseguros para a ação policial de rua.
Outro veterano da Força Aérea declarou que o juramento é feito à Constituição, não a qualquer regime ou partido, enxergando a ação militar como uma possível deriva autoritária. Diversos comentários ressaltaram que muitos soldados, jovens e pouco experientes, podem não compreender os limites legais de suas ações, como o Posse Comitatus, e que a presença militar pode gerar conflito ao invés de dissuadir tumultos.
Preocupações éticas e legais
Vários militares destacaram o risco de a intervenção se transformar em uma atuação totalitária. Um veterano da marinha comentou que o uso do exército contra cidadãos é uma violação dos princípios democráticos, reforçando que o papel das forças armadas deve ser proteger o país, não reprimir o povo em manifestações.
Alguns ressaltaram ainda que unidades treinadas especificamente para esse tipo de operação estão disponíveis, criticando a decisão de usar tropas de infantaria que, segundo eles, possuem pouca experiência em controle de multidão, podendo agir de forma desastrosa. A preocupação mais recorrente é que o uso de militares pode escalar o conflito e prejudicar a imagem das próprias forças armadas.
Sentimentos diversos entre os membros das forças armadas
O sentimento geral entre os comentários é de desconforto e ceticismo. Muitos destacaram que, ao longo da história, a presença militar em assuntos internos costuma provocar mais instabilidade, além de comprometer a confiança do público nas instituições. Um veterano de Marine mencionou que seus colegas, especialmente jovens soldados, estão apavorados com a ideia de chegar ao ponto de disparar contra civis.
Por outro lado, há alguns apoiadores da medida, que veem a presença militar como proteção e uma resposta necessária diante do caos. Entretanto, a maioria concorda que esse tipo de atuação deveria ser uma última alternativa, realizada por forças treinadas para esse fim, como a Guarda Nacional, e não por soldados de infantaria em missão policial.
Implicações futuras
Especialistas alertam que o envolvimento de militares ativos em operações de repressão contra manifestações civis pode marcar uma mudança preocupante na atuação do Exército e na relação do país com seus cidadãos. O debate aponta para a necessidade de estrita observância ao Estado de Direito e ao respeito aos direitos democráticos.
A discussão evidencia um momento delicado na história recente dos Estados Unidos, com críticas internas e debates sobre os limites do uso das forças armadas em situações de conflito civil. A decisão de deslocar tropas para Los Angeles certamente continuará gerando repercussões e reflexões sobre o papel do Exército na sociedade.