Em 2013, Miley Cyrus lançou o álbum “Bangerz”, marcado por uma persona provocadora e tendência a incorporar elementos da cultura negra, incluindo twerking e colaborações com artistas de hip-hop. A artista, que na época adotou um estilo “dirty south hip-hop”, posteriormente passou por uma transformação em sua imagem pública.
A evolução de Miley Cyrus e seu relacionamento com o hip-hop
Em 2017, Miley voltou a falar sobre o impacto do hip-hop em sua trajetória, admitindo que se afastou do gênero devido às letras excessivamente materialistas e explícitas. Ela declarou à Billboard: “Eu amo aquela música nova do Kendrick Lamar, mas não posso mais ouvir letras que falam ‘Lamborghini, relógio e mulher’.”
Recentemente, em um episódio do podcast Every Single Album, Miley afirmou que seu momento com o hip-hop foi uma experiência de conexão profunda. “Eu realmente fiz o que quis, e era uma estratégia de marketing ou percepção do público, não minha essência”, disse ela.
Reflexões sobre apropriação cultural e críticas dos fãs
Ao ser questionada se se apaixonou pelo hip-hop, Miley respondeu: “Sim, porque todos os meus amigos escutavam o gênero. Não é apenas um estilo musical, é uma afirmação.”
Ela também relembrou que, na época, frequentava shows de artistas como Juicy J e Wiz Khalifa, e chegou a afirmar que não precisava fingir ou exagerar sua ligação com a cultura negra. “Eu estava lá, fumando com meus amigos. Não estou fingindo”, afirmou Miley.
Por outro lado, os fãs não perdoaram a ausência de um reconhecimento mais explícito da apropriação cultural por parte da artista. Usuários nas redes sociais manifestaram decepção, alegando que Miley evitou assumir responsabilidade pelos impactos de suas ações.
Vamos falar sobre responsabilidade e mudança de perspectiva
Apesar de suas declarações, Miley foi duramente criticada por muitos após usar a cultura negra para construir sua imagem sexy e rebelde, e depois desprezar o gênero que a influenciou. Alguns internautas questionaram se ela realmente mudou ou se apenas rejeitou a cultura ao seu favor.
Quando questionada sobre sua mudança de postura, Miley admitiu que, enquanto “Young Now” buscava parecer mais inocente e manter seu relacionamento, ela nunca ocultou sua paixão pelo hip-hop. “Minhas amizades com artistas como Juicy J e Wiz Khalifa demonstram que minha relação foi genuína”, afirmou.
Desafios e o futuro na arte de Miley Cyrus
Para muitos, a artista ainda enfrenta o desafio de equilibrar sua expressão artística com o reconhecimento dos efeitos de suas ações na cultura negra. “Ela usa a cultura para mostrar que cresceu, mas depois a critica”, comenta uma internauta. “Essa é a questão da apropriação que nunca foi bem resolvida.”
O debate sobre apropriação cultural permanece vigente, especialmente em torno de artistas que, como Miley, percorrem um caminho de transformação e reflexão pública. O que realmente mudou na percepção da artista sobre sua conexão com o hip-hop e a cultura negra ainda está em questionamento.
Para ouvir a entrevista completa de Miley Cyrus, acesse o episódio do podcast Every Single Album.