Brasil, 13 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Inflação desacelera em maio e aumenta chances de fim do ciclo de alta da Selic

Com preços de alimentos mais comportados, IPCA sobe 0,26% em maio, fortalecendo expectativa de pausa na alta da taxa de juros

O IPCA, índice oficial de inflação, subiu 0,26% em maio, ante 0,43% de abril, informou ontem o IBGE. A desaceleração aumenta as chances de o Banco Central interromper o ciclo de alta da taxa básica de juros, atualmente em 14,75% ao ano.

Desaceleração da inflação e perspectivas para a política monetária

O resultado do IPCA foi surpreendente, pois as projeções de mercado indicavam uma alta de 0,34% para o mês, conforme pesquisa do Valor Data, do jornal Valor Econômico. A composição do índice foi considerada positiva, o que alimenta a expectativa de que o BC possa manter a taxa de juros estável na próxima reunião do Copom, prevista para a semana que vem.

Alívio pelos alimentos e combustíveis

O avanço de alimentos e bebidas desacelerou para 0,17% em maio, sendo a menor variação desde agosto do ano passado, quando registrou queda de 0,44%. Entre os itens que ajudaram na contenção da inflação, destaque para a queda no tomate (13,52%), ovo (3,98%) e arroz (4%).

Outro fator de alívio veio dos combustíveis, que tiveram recuo de 0,72%, com no preço da gasolina caindo 0,66%. Além disso, as passagens aéreas também apresentaram queda de 11,31%, apesar de suas oscilações frequentes. A menor propagação dos preços, com a difusão caindo de 67% em abril para 60% em maio, também contribui para a desaceleração.

Impactos e análise dos especialistas

Muitos analistas interpretam a desaceleração da inflação como um sinal de que o pior do ciclo de alta dos juros pode estar passando. No entanto, a divergência de opiniões persiste. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que não dará pistas sobre o próximo passo na política de juros, evitando antecipar movimentos do Copom.

Por outro lado, o economista da Polo Capital, Arnaldo Lima, destacou que o IPCA ainda está acima do teto da meta de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto, levando o BC a se manter em postura cautelosa e sinalizando que ainda há espaço para mais um aumento de 0,25 ponto na Selic.

Já para a economista Laura Moraes, da Neo Investimentos, o ciclo de alta de juros teria sido encerrado. Ela aponta que a Selic deverá permanecer elevada até meados de 2024, influenciada pelas incertezas fiscais e pela continuidade de estímulos econômicos, além do impacto do câmbio mais baixo.

Expectativas para os próximos meses

Especialistas veem efeitos positivos do dólar mais barato para o restante do ano, o que pode facilitar a redução da Selic a partir do primeiro trimestre de 2026. Segundo Marianna Costa, da Mirae Asset, o câmbio favorável deve contribuir para o controle da inflação de bens industriais e gerar impacto positivo nos preços ao consumidor.

Por outro lado, a energia elétrica deve pressionar a inflação para cima neste mês devido à bandeira tarifária vermelha, causada pela seca no Centro-Sul do país, que acrescentará R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Ainda assim, a redução de 5,6% no gasolina, anunciada pela Petrobras, deve ajudar a conter a inflação nos próximos meses, segundo Marianna.

Reações do mercado e cenário político

No mercado financeiro, as expectativas indicam que os juros podem ter atingido o pico. Os contratos futuros de DI para janeiro de 2028 caíram de 13,78% para 13,575%, enquanto para janeiro de 2030, houve leve alta de 13,71% para 13,675%. O Ibovespa teve alta de 0,54%, encerrando aos 136.436 pontos, enquanto o dólar subiu 0,14%, cotado a R$ 5,569.

Por fim, a percepção de que a inflação começa a ceder na cadeia produtiva reforça a expectativa de estabilização ou queda na Selic, embora o cenário permaneça marcado por incertezas fiscais e políticas, que podem manter a taxa elevada por mais tempo, segundo analistas.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes