Brasil, 12 de junho de 2025
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Imagens inédito do polo sul do sol são reveladas pela Solar Orbiter

Primeiras imagens do polo sul solar foram capturadas pela missão Solar Orbiter, oferecendo novas perspectivas sobre o comportamento do sol.

A missão Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), atingiu um marco significativo ao capturar as primeiras imagens nítidas do polo sul do sol, um feito há muito aguardado pela comunidade científica. As imagens foram divulgadas na última quarta-feira e representam uma conquista histórica na exploração solar, oferecendo uma visão sem precedentes do que acontece nas extremidades do nosso sistema solar mais próximo.

Descobrindo os polos solares

Até agora, a ciência tinha apenas vislumbres vagos do que se passava nos polos do sol. De acordo com Carole Mundell, diretora de ciência da ESA, “é a primeira vez que a humanidade tem imagens dos polos do sol, uma conquista maravilhosa”. Antigamente, observações feitas eram semelhantes a “olhar através da grama”, tornando difícil compreender as atividades dessas regiões em comparação com as outras partes do astro rei.

As novas imagens foram obtidas em março, quando a Solar Orbiter voou a aproximadamente 51 milhões de quilômetros da superfície solar, capturando detalhes que antes eram inalcançáveis. Com a ajuda de manobras que envolvem voos próximos a Vênus, a Solar Orbiter conseguiu se posicionar de forma a observar os polos solares sob um ângulo de cerca de 17 graus.

As implicações científicas das novas imagens

Estudar os polos solares pode fornecer insights valiosos sobre os ciclos e padrões de atividade solar. As imagens mostram um padrão manchado de atividade magnética, originado por grandes rupturas na superfície solar, à medida que campos magnéticos entram e saem. O sol está atualmente saindo de um período de pico de atividade, conhecido como máximo solar, e cientistas acreditam que essa fase possa levar a uma inversão do campo magnético interno. Isso, por sua vez, pode resultar em uma ausência de um verdadeiro polo magnético, refletido na aparência salpicada observada.

“Durante o mínimo solar, vocês têm um polo norte e um polo sul, cada um com sua própria polaridade magnética”, explica Anik De Groof, gerente da missão Solar Orbiter. Neste momento, de acordo com as observações, “o campo magnético é uma espécie de bagunça”, sem uma polaridade dominante em nenhuma das extremidades.

A importância da missão Solar Orbiter

A Solar Orbiter, que custa cerca de 550 milhões de dólares, foi lançada em 10 de fevereiro de 2020 e é equipada com dez instrumentos científicos. Ao contrário de seu predecessor, a nave Ulysses, que também explorou os polos solares mas sem capturar imagens, a Solar Orbiter possui diversas câmeras que facilitam a observação detalhada do sol. Seu trabalho é fundamental para entender não apenas a dinâmica solar, mas também como ela pode impactar a tecnologia na Terra.

Os dados coletados permitirão antecipar a intensidade de cada ciclo de 11 anos, crucial para alertar a humanidade sobre os perigos que as tempestades solares podem representar para satélites e infraestruturas no solo. “Se você aumentar o campo nos polos um pouco, isso muda o que acontece no equador”, afirma o físico Mathew Owens, da Universidade de Reading. Esse entendimento pode ser vital para proteger tecnologias terrestres que são, muitas vezes, impactadas pelas atividades solares.

Futuras explorações e descobertas

Além das imagens do polo sul, a Solar Orbiter está prestes a enviar os primeiros dados do polo norte em breve, com análises previstas para serem concluídas até outubro. Isso permitirá aos cientistas comparar as características dos dois polos e obter informações ainda mais detalhadas sobre o comportamento solar. Em 2027 e 2029, a missão alcançará ângulos ainda mais altos de observação, prometendo revelar mudanças significativas à medida que o sol se aproxima de um novo mínimo solar.

A revelação das imagens dos polos do sol pela Solar Orbiter é um marco para a astrofísica, abrindo novas possibilidades para o entendimento do nosso astro e de como ele influencia o sistema solar como um todo. À medida que a pesquisa avança, espera-se que novas descobertas continuem a iluminar os mistérios do sol e seu papel em nosso universo.

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