Nesta quarta-feira (11), o mercado financeiro brasileiro acompanha a expectativa por dados de inflação nos Estados Unidos e as negociações em torno de um novo pacote fiscal no Brasil, que podem influenciar a valorização do dólar e o desempenho da bolsa de valores.
Expectativas no mercado internacional e impacto do acordo sino-americano
O dólar iniciou o pregão com leve alta, refletindo o foco dos investidores na divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, prevista para às 9h30, com expectativa de avanço de 0,2% em maio e 2,5% na comparação anual. Além disso, há cautela em relação às negociações entre Estados Unidos e China, após o anúncio de um princípio de entendimento para restaurar a trégua na guerra comercial, após dois dias de reuniões em Londres.
Apesar do progresso diplomático, o Banco Mundial reduziu a projeção de crescimento global para 2,3% em 2025, de 2,7%, citando a guerra comercial como um dos principais fatores de desaceleração no comércio internacional. A expectativa é que eventuais avanços possam aliviar as tensões e reduzir as incertezas para os mercados globais.
Monitoramento do cenário financeiro no Brasil
No cenário doméstico, o foco está na estratégia do Ministério da Fazenda para reverter o impacto da revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro Fernando Haddad confirmou que enviará ao Congresso um novo pacote de medidas, incluindo a proposta de unificar em 17,5% a alíquota do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras, atualmente variando entre 15% e 22,5%.
Outros pontos do pacote envolvem aumento da tributação de lucros de instituições financeiras e apostas esportivas, além de esforços para reduzir gastos primários. “Estamos buscando equilíbrio fiscal sem prejudicar o crescimento”, afirmou Haddad após reunião com o presidente Lula.
Reação do mercado e perspectivas
Apesar da anunciada tentativa de contenção, a receptividade ao novo pacote foi cautelosa. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, acumula queda de 0,58% na semana, após registrar alta de 0,25% na semana anterior. No mês, o índice apresenta uma ligeira queda de 0,43%, mas no acumulado do ano registra ganho de 13,43%.
Já o dólar, que ontem fechou em alta de 0,14%, cotado a R$ 5,5699, apresenta estabilidade no início do dia, com variação semanal próxima de zero, enquanto o acumulado no ano mostra uma queda de quase 10%.
Indicadores econômicos e incertezas globais
A volatilidade nos mercados internacionais, agravada pela expectativa de desaceleração do crescimento global e a possibilidade de novas tarifas, reforça a cautela dos investidores. A combinação de fatores econômicos e diplomáticos mantém o cenário de incerteza, aumentando a atenção às próximas divulgações de indicadores econômicos tanto no Brasil quanto nos EUA.
Segundo analistas, a continuidade dessas negociações e a implementação de reformas podem ser decisivas para estabilidade financeira futura, refletindo na cotação do dólar e no desempenho da bolsa.