A Walt Disney e a Comcast, proprietária dos estúdios Universal, movem uma ação judicial contra a startup Midjourney, acusando a empresa de violar direitos autorais ao treinar seus modelos de inteligência artificial com imagens protegidas. A disputa foi ingressada nesta semana em um tribunal federal na Califórnia, evidenciando o aumento das tensões entre empresas tradicionais de mídia e novos negócios baseados em IA.
Processo envolve uso não autorizado de personagens famosos
Segundo as empresas, a Midjourney utilizou imagens de personagens de grandes franquias, como Star Wars, Os Simpsons, Shrek e Minions, sem permissão para treinar seus algoritmos de geração de imagens. A Disney e a Comcast alegam que solicitaram que a startup interrompesse esses usos, mas suas solicitações foram ignoradas, levando ao processo por infração de direitos autorais. A ação busca uma indenização de US$ 150 mil (aproximadamente R$ 833 mil) por cada violação.
Debate sobre uso de dados na inteligência artificial
Embora a Midjourney defenda que sua prática está amparada pelo conceito de “uso justo” previsto na legislação de direitos autorais dos Estados Unidos, as empresas de mídia afirmam que treinar modelos de IA com obras protegidas por direitos autorais constitui violação clara. Este conflito reflete uma controvérsia global sobre a legalidade de usar grandes volumes de dados, incluindo imagens e textos, para desenvolver tecnologias de IA.
Impacto na cultura e na indústria do entretenimento
Fundada por David Holz, a Midjourney, embora pequena em tamanho, teve um impacto cultural relevante ao criar imagens virais, como a do Papa Francisco usando uma jaqueta volumosa ou falsificações de Donald Trump sendo preso. A plataforma está acessível pelo aplicativo Discord, que atualmente conta com mais de 21 milhões de membros, e pelo site oficial.
Empresas de mídia tentam encontrar um equilíbrio entre inovar com a IA e proteger seus ativos intelectuais. Recentemente, a Disney firmou uma parceria com a Epic Games para usar IA na recriação da voz de Darth Vader em Fortnite, demonstrando o potencial de tecnologia na produção de conteúdos. No entanto, o avanço das IA também trouxe preocupações sobre a substituição de roteiristas e atores, tema central nas greves sindicais da indústria há dois anos.
Perspectivas para o setor de inteligência artificial na mídia
O caso mostra que, à medida que empresas procuram usar IA para criar conteúdo e aprimorar produções, surgem disputas legais e debates sobre a remuneração por dados utilizados no treinamento dessas tecnologias. Especialistas alertam que o conflito entre inovação e direitos autorais deve evoluir nos próximos anos, com possível criação de novas regulamentações.
Detalhes do processo, que busca responsabilizar a Midjourney por supostas violações, podem marcar um precedente para o setor de inteligência artificial e propriedade intelectual. O julgamento ainda não possui previsão de conclusão, mas reforça a pressão por regras claras na utilização de dados para treinar modelos de IA.
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