O diretor do remake live-action de “Lilo & Stitch”, Dean Fleischer Camp, quebrou o silêncio em uma entrevista à Variety sobre as críticas ao final do filme, especialmente à decisão de Nani deixar Lilo em Hawaii para estudar marinha na Califórnia. A produção, que já se tornou uma grande sucesso de bilheteria, gerou debates entre fãs e moradores locais após mudanças na trama original de 2002.
Explicação do final e valores culturais
Camp afirmou que a decisão de modificar o desfecho foi pensada para refletir valores tradicionais havaianos e a ideia de ohana — conceito de família ampliada, comunitária e baseada em cuidados e responsabilidade mútua. Segundo ele, a personagem Tutu simboliza essa tradição ao acolher Lilo como hanai, uma forma informal de adoção culturalmente específica no Havaí, que envolve amor e responsabilidade, não laços de sangue ou papel.
“Hawaiianos que assistiram ao filme adoraram a referência ao hanai, que é uma resposta única ao questionamento de quem aparece quando tudo desmorona. Mostra a disposição da comunidade em sacrificar e ajudar”, explicou Fleischer Camp, destacando o orgulho local pela homenagem à cultura havaiana.
Desafios na adaptação de um clássico amado
O diretor também comentou sobre as dificuldades de agradar a todos ao reimaginar um filme tão querido. “Quando você faz algo como isso, pisa em terreno sagrado, porque muitas pessoas cresceram com essa história — eu também cresci com ela”, disse. Para ele, o objetivo era criar uma narrativa honesta sobre perda e resiliência, destacando que o filme mostra que, apesar de tudo, há esperança e o valor de manter a comunidade unida.
Reflexões sobre as mudanças na história
Fleischer Camp explicou que a intenção foi expandir o significado de ohana, indo além do enredo original, e oferecer uma leitura mais atualizada sobre laços familiares e o papel da comunidade na proteção e cuidado de pessoas vulneráveis. Ele reconheceu as críticas, mas ressaltou que a obra busca transmitir valores universais sob uma perspectiva culturalmente sensível.
Olhar para o futuro
Segundo o diretor, a reação do público havaiano foi positiva, reforçando o esforço de respeitar e valorizar a cultura local. Ainda assim, ele admitiu que não é possível agradar a todos na hora de remodelar obras tão icônicas, mas que a prioridade foi sempre uma narrativa honesta e que faça sentido dentro do contexto cultural.
Para quem deseja entender melhor as escolhas de roteiro e as reflexões do diretor, a entrevista completa está disponível na Wonder Magazine.