Brasil, 12 de junho de 2025
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Depoimento de Braga Netto revela mentiras sobre plano golpista

Ex-ministro da Defesa negou acusações e afirmou que depoimento de Mauro Cid é falso.

O ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Walter Braga Netto, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira e fez revelações importantes sobre as acusações relacionadas a um suposto plano golpista que teria sido discutido no governo Bolsonaro. Em seu relato, Braga Netto afirmou que o tenente-coronel Mauro Cid, um dos envolvidos nas investigações, mentiu ao afirmar que uma reunião entre ele e dois membros das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, teria ocorrido para discutir financiamentos ao plano. Segundo Braga Netto, essa visita não passou de uma cortesia.

A verdade sobre a suposta reunião golpista

Durante seu depoimento, Braga Netto destacou que a visita dos militares foi apenas um cumprimento e que ele conhecia Cid. “O tenente-coronel Cid faltou com a verdade. Foi uma visita de cortesia. Só os recebi porque conhecia o Cid”, explicou. O ex-ministro, que está preso preventivamente desde dezembro de 2022 sob a suspeita de obstrução de Justiça, prestou seu depoimento por videoconferência.

Além de desmentir Cid, Braga Netto negou que tenha repassado dinheiro a ele em uma caixa de vinho, valor este que, segundo Cid, teria sido oferecido por empresários do agronegócio para financiar ações antidemocráticas. “Isso não corresponde à realidade. Eu não tinha contato com empresários, então não pedi nem entreguei dinheiro para ninguém”, afirmou, frisando que os empresários estavam mais interessados em Bolsonaro do que nele.

A legitimidade da eleição de 2022

Braga Netto reafirmou que o resultado das eleições de 2022 foi legítimo e negou qualquer plano para um golpe militar após a derrota de Bolsonaro para Lula. “Não teve fraude”, disse categoricamente. Esse posicionamento contrasta com as declarações anteriores de outras figuras próximas ao ex-presidente, que frequentemente questionavam a integridade do sistema eleitoral brasileiro.

Relação com os ex-comandantes e empatia

Em um momento do depoimento, Braga Netto também foi questionado sobre a sua relação com os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, Marco Antônio Freire Gomes e Carlos de Almeida Baptista Junior. Ele disse ter se incomodado com a falta de empatia deles em relação a uma doença que Bolsonaro enfrentava naquele período. “Eu achava que faltava da parte deles uma empatia maior”, destacou Braga Netto, que revelou cuidar do presidente e notar seu estado emocional abalado.

Outro depoimento relevante: Paulo Sérgio Nogueira

Mais cedo, em um depoimento separado, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira também se manifestou sobre a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante uma reunião ministerial em julho de 2022, onde se desculpou publicamente com o ministro Alexandre de Moraes, que preside o processo. Nogueira admitiu que tratou o TSE de forma inadequada e afirmou não ter discutido o relatório sobre as urnas eletrônicas com Bolsonaro, contradizendo afirmações feitas pelo ex-presidente.

Desculpas de Bolsonaro e sua posição na investigação

Além disso, Bolsonaro também se desculpou publicamente com Moraes e outros membros do STF, ressaltando que não teve a intenção de acusar os magistrados de conduta ilegal durante reuniões ministeriais. “Eu não tenho indício nenhum. Era uma reunião para não ser gravada. Portanto, não tive intenção de acusar de desvio de conduta”, enfatizou.

Este conjunto de depoimentos ocorre dentro de uma investigação que examina se Bolsonaro e outros sete réus, inicialmente considerados parte do “núcleo crucial” da trama golpista, realmente conspiraram para impedir a posse do presidente Lula no final de 2022. As acusações incluem crimes graves como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

À medida que o processo avança, as revelações feitas por Braga Netto e seus colegas ex-ministros continuarão a ser monitoradas de perto pela sociedade, que busca clareza sobre os eventos que cercaram a transição de poder no Brasil e as graves alegações de um plano golpista.

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