Brasil, 13 de junho de 2025
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Depoimento de Bolsonaro gera 65% de menções negativas nas redes

Ex-presidente foi alvo de críticas e ironias após o testemunho no STF, refletindo divisão nas reações em torno do seu discurso.

O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na última terça-feira (10) gerou um enorme burburinho nas redes sociais, consolidando-se como o tema principal do dia no X (antigo Twitter). De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Arquimedes e divulgada pelo jornal O GLOBO, 65% das menções a Bolsonaro nas redes foram negativas, evidenciando o clima de resistência e crítica em relação ao ex-presidente.

Análise das menções nas redes sociais

O levantamento da consultoria Arquimedes revelou que, somente na terça-feira, foram registradas cerca de 350 mil menções ao ex-presidente, um número que superou em aproximadamente 100 mil as publicações sobre o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto apenas 14% dessas menções foram positivas, a maioria teve tom neutro, incluindo trechos viralizados do depoimento e memes que se espalharam amplamente.

Humor e crítica dominam a conversa

A ironia tomou conta das plataformas digitais. Um dos momentos mais compartilhados foi quando Bolsonaro pediu desculpas ao ministro-relator Alexandre de Moraes durante sua oitiva, um gesto que ganhou destaque até em perfis populares como Choquei e PopTime. Durante uma reunião ministerial em julho de 2022, o ex-presidente havia insinuado que Moraes e outros ministros teriam recebido propina relacionadas às urnas eletrônicas. Contudo, em seu depoimento, recuou dizendo: “Não tenho indício nenhum, senhor ministro. Era uma reunião para não ser gravada, foi um desabafo, uma retórica que usei. Então, me desculpe. Não tive intenção de acusar de desvio de conduta os três ministros.”

Reações no Congresso

No meio político, os parlamentares governistas tomaram um tom crítico. A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), conhecida por suas confrontações com Bolsonaro, publicou um meme parodiando rótulos alimentares que dizia: “Alto em chances de ser preso”. A bancada do PT na Câmara não hesitou em expressar seu descontentamento, divulgando um vídeo em que parlamentares assistem à audiência com comentários sarcásticos sobre a suposta queda de um “golpista”.

Por outro lado, aliados de Bolsonaro tentaram reafirmar seu apoio. O Partido Liberal (PL) divulgou uma nota destacando que o ex-presidente “nunca esteve sozinho”, enfatizando que sua trajetória é fruto de fé e coragem, sustentada por milhões de brasileiros. O líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), reforçou essa mensagem: “Força, Presidente! O Brasil sabe quem o senhor é. Não vamos nos calar!”

Defesas e estratégias de apoio

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) destacou em suas redes sociais trechos de relatórios que, segundo ele, demonstrariam falhas nas urnas eletrônicas, citando uma auditoria do PSDB realizada em 2014. Em suas postagens, ele também tentou internacionalizar o apoio a seu pai, compartilhando mensagens em inglês que enfatizavam o caráter colaborativo de seu depoimento anterior.

Pedro Bruzzi, pesquisador da consultoria Arquimedes, comentou que o tom mais institucional que Bolsonaro adotou em seu depoimento parece ter enfraquecido sua base de apoio. Ele destacou que o ex-presidente, ao classificar como “malucos” aqueles que incentivaram os ataques de 8 de janeiro, complicou a posição de seus apoiadores: “A maioria das manifestações foi negativa porque ele dificultou a vida de quem estava disposto a defendê-lo,” afirmou Bruzzi.

Expectativa antes do depoimento

A mobilização nas redes começou ainda na segunda-feira, quando outros réus mencionaram diretamente o ex-presidente, aumentando a expectativa para seu depoimento. O pico de postagens ocorreu entre 16h e 18h durante o depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens que depôs como réu colaborador.

Bolsonaro foi apenas um dos oito réus a participar das oitivas relacionadas à suposta trama golpista, enfrentando acusações de tentar impedir a posse de Lula após sua derrota nas eleições de 2022. O clima polarizado em torno de sua figura política continua a gerar discussões acaloradas tanto nas redes sociais quanto no cenário político brasileiro.

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