Brasil, 19 de junho de 2025
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Cúpula das Forças Armadas se distanciou de trama golpista no STF

Durante depoimentos no STF, ex-comandantes negam envolvimento em tentativas de golpe durante governo Bolsonaro.

No dia 10 de junho de 2025, a cúpula das Forças Armadas no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro tentou se desvincular da suposta trama golpista que originou uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma série de depoimentos, ex-comandantes e ex-ministros das Forças Armadas negaram ter participado de qualquer plano que visasse desestabilizar a democracia brasileira. O caso vem ganhando relevância e atenção, especialmente após as declarações do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e do ex-ministro da Defesa, Braga Netto.

A defesa dos ex-comandantes

Almir Garnier, ao depor, rechaçou as alegações de que teria colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro. Ele afirmou que não houve deliberações no encontro realizado no Palácio da Alvorada e que as preocupações discutidas durante a reunião eram mais sobre segurança pública do que intenções golpistas. “Não houve deliberações, e o presidente não abriu a palavra para nós”, declarou Garnier, enfatizando que sua principal função como militar era seguir ordens, e que considerava acusações de envolvimento em tramas golpistas como meras “ilações”.

Depoimentos e contradições

O ex-ministro da Defesa, Braga Netto, também se manifestou, negando as acusações feitas pelo tenente-coronel Mauro Cid, que envolviam o repasse de dinheiro para financiar ações consideradas antidemocráticas. Netto afirmou que a interação com Cid em seu apartamento foi meramente uma “visita de cortesia” e negou qualquer envolvimento em planos golpistas ou de assassinato de autoridades. Ele ressaltou que seus contatos com empresários do agronegócio eram limitados e não teve envolvimento em qualquer transação financeira para esses fins.

Por sua vez, Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, reconheceu ter alertado Bolsonaro sobre as consequências de se decretar um estado de defesa ou de sítio, ressaltando a seriedade da situação. Em depoimentos, ele comentou uma reunião que aconteceu em 7 de dezembro de 2022, onde discutiram a gravidade da situação política. “Eu conversava com o presidente e, pessoalmente, entendia que Freire Gomes estava ao meu lado”, afirmou Nogueira, enfatizando que a reunião era uma tentativa de avaliar a seriedade da possível ação.

Os desdobramentos legais e as acusações

O contexto dessa série de depoimentos se insere em um ambiente jurídico tenso, visto que muitos desses ex-comandantes estão sendo investigados por suas ações durante e após as eleições de 2022, que culminaram na vitória do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. As confirmações de reuniões onde a possibilidade de um golpe foi discutida geraram preocupações acerca da relação das Forças Armadas com a política brasileira e da proteção das instituições democráticas.

A resposta do general Augusto Heleno

Em seu depoimento, o general Augusto Heleno também tomou a palavra, negando qualquer conhecimento de um documento que o colocasse como líder de um suposto “gabinete de crise” ou plano de golpe. Ele afirmou ter tomado conhecimento dos eventos de 8 de janeiro, que envolveram a invasão de prédios públicos em Brasília, apenas pela televisão, e não esteve ciente de preparativos ou ações ilegais. “Eu soube da chegada de ônibus em Brasília pela imprensa”, disse ele, ressaltando a sua desconexão com possíveis tramas.

Considerações finais

À medida que esses depoimentos avançam, fica evidente a preocupação com a sinergia entre as Forças Armadas e o campo político no Brasil. A tentativa dos ex-comandantes em se distanciar de uma narrativa golpista mostra não apenas uma defesa pessoal, mas também um esforço para reafirmar o compromisso das Forças Armadas com a democracia do país. A sociedade brasileira observa atentamente as investigações, em busca de garantias de que a democracia se manterá sólida e distante de intervenções indevidas.

Com a palavra ainda a ser cheia de nuances e interrogações sobre o futuro e a saúde da democracia brasileira, a importância dos desdobramentos legais continua sendo um fator crucial. À medida que mais informações vêm a público, a história ainda está longe de encontrar seu desfecho, mantendo a atenção voltada para os próximos capítulos.

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