O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal) gerou uma nova onda de discussões nas redes sociais, especialmente após o momento em que ele fez um convite ao ministro Alexandre de Moraes para ser seu vice em 2026. Embora a declaração tenha provocando risadas no local, a reação de aliados a distância foi bastante crítica, considerando o episódio como inapropriado e controverso.
Repercussão nas redes sociais
A narrativa de perseguição política por parte de Bolsonaro não conseguiu emplacar nas redes, onde cerca de 65% das menções ao seu depoimento foram negativas. Esse cenário provoca reflexões sobre como a figura do ex-presidente ainda polariza opiniões, mesmo após seu mandato. O uso das redes sociais para expressar indignação parece ser o caminho escolhido por muitos, incluindo antigos aliados que se distanciaram de Bolsonaro nos últimos tempos.
A crítica mais incisiva veio de Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, que utilizou a plataforma X para compartilhar sua desaprovação. Em uma postagem, descreveu o bolsonarismo como “uma lepra, rastejante, covarde, mentirosa e calhorda.” Ele se mostrou perplexo com a ideia de um convite ao ministro, reforçando o sentimento de traição entre os que ainda aguardam uma postura mais assertiva do ex-presidente diante de seus opositores.
Críticas de aliados e defensores
Notável entre as reações críticas está a de Paulo Figueredo, um jornalista exilado e que já foi alvo da Procuradoria-Geral da República. Figueredo não poupou críticas e comparou a posição de Bolsonaro durante o depoimento à de Jesus Cristo sendo julgado, um comentário que gerou discussões acaloradas. Para ele, o convite a Moraes é uma inconsistência nas atitudes de Bolsonaro, que deveria manter uma postura mais firme contra quem considera seu algoz.
— Imagine se Cristo chamasse Pôncio Pilatos para ser vice-rei? Isso é algo que não se faz, — afirmou Figueredo, destacando o erro ético que ele vê na tentativa de aproximação de Bolsonaro com Moraes. O jornalista não hesitou em classificar a fala como uma brincadeira de mau gosto em um momento sério.
Eduardo Bolsonaro defende seu pai
Em resposta às críticas, Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, tentou contextualizar as declarações de seu pai, argumentando que a “piada” deve ser apreciada considerando o cenário apresentado. Segundo ele, as pessoas que entenderam a ironia da declaração foram capazes de notar que a possibilidade de Moraes assumir a vice-presidência seria uma impossibilidade real. Eduardo também usou suas redes sociais para reafirmar que seu pai ainda tem intenções de concorrer em 2026.
A defesa de Eduardo não foi bem recebida por todos os apoiadores, que expressaram seu descontentamento com o momento inadequado para fazer piadas. Um usuário comentou que a situação “não era hora de piada”, reforçando a gravidade do contexto em que todo o episódio se desenrolou.
A polêmica se intensifica
Enquanto isso, a figura de Allan dos Santos, outro blogueiro que se posicionou em defesa de Bolsonaro, diz que a personalidade do ex-presidente se mostrou fiel a si mesma durante o depoimento. Allan alega que Bolsonaro sempre teve um jeito peculiar de lidar com situações difíceis e que não se poderia esperar que ele assumisse uma postura de vítima.
— Você não vai ver ele, diante de situações difíceis, dando uma de vítima, ele vai rir da situação, — comentou Santos, ressaltando a imprevisibilidade do ex-presidente, que não condiz sempre com as expectativas de seus seguidores. Contudo, mesmo entre os apoiadores, o clima de desconforto e incerteza persiste após o incidente.
Por fim, a lição que muitos parecem tirar do episódio é que a polarização política no Brasil continua a sua marcha, com aliados e opositores do ex-presidente se mobilizando nas redes sociais para expressar suas indignações ou defesa diante de declarações que geram mais questionamentos sobre a imagem pública de Bolsonaro. À medida que novos eventos se desenrolam, a atenção do público continuará focada nas reações e nas estratégias de comunicação dos envolvidos.