Várias celebridades globais têm recentemente compartilhado experiências pessoais que expõem os aspectos mais sombrios de Hollywood e os desafios de ser uma estrela. De situações humilhantes a denúncias de assédio, as declarações reforçam a necessidade de mudanças no setor.
Expostos os abusos e humilhações na indústria cinematográfica
Jennifer Lawrence revelou uma experiência “degradante” durante uma gravação, na qual foi chamada a participar de uma lineup nua com mulheres muito mais magras, ao que uma produtora sugeriu usar fotos nuas dela como inspiração para dieta. Ela afirmou que, ao falar com outro produtor, foi recebida com comentários sexualmente lisonjeiros, mas mesmo assim, foi rotulada de “dificuldade” para manter seu trabalho.
Elijah Wood, que estreou no cinema aos 18 anos, denunciou a existência de uma “organização sombria” envolvendo exploração infantil e pedofilia em Hollywood. Na década de 2010, o ator afirmou que a indústria é cheia de interesses próprios e que as vítimas muitas vezes têm suas vozes silenciadas pelos poderosos.
Total falta de equidade e discriminação
Charlize Theron criticou o machismo e a ausência de mulheres em cargos de destaque na produção de filmes de grande orçamento. Ela definiu Hollywood como “caveman-like” e lamentou a falta de continuidade na ascensão de mulheres no setor, expressando esperança de uma mudança real.
Joaquin Phoenix falou abertamente sobre a ansiedade causada pela fama e a perda de privacidade. “Fama é uma faca de dois gumes,” declarou, admitindo que o reconhecimento público muitas vezes traz uma sensação de invasão de privacidade.
Falas sobre misoginia, salários desiguais e assédio
Megan Fox comentou sobre o ambiente misógino de Hollywood e sobre sua postura precoce contra o abuso, considerada uma antecipação do movimento #MeToo. Ela revelou que, na época, foi ridicularizada por denunciar práticas machistas e abusivas na indústria.
Octavia Spencer destacou a disparidade salarial entre homens e mulheres, especialmente pessoas de cor. Ela recordou uma ocasião em que Jessica Chastain ajudou a aumentar seu salário, apontando a desigualdade sistemática e a necessidade de solidariedade entre mulheres.
Gillian Anderson enfrentou o retorno das desigualdades salariais na retomada de “Arquivo X”, ao ser oferecida metade do salário de seu colega masculino. Ela também revelou que, anos depois, foi paga muito menos que seus colegas em um filme de TV, denunciando a persistência desse problema.
Relacionamentos abusivos, discriminação racial e assédio sexual
Reese Witherspoon denunciou, em 2017, ter sido vítima de assédio sexual por um diretor quando tinha 16 anos, atribuindo a culpa à indústria. Katherine Heigl deu detalhes sobre o impacto emocional ao deixar “Grey’s Anatomy”, após denunciar condições de trabalho cruéis, além de falar sobre o sofrimento de se sentir cancelada profissionalmente.
Gabrielle Union falou sobre a desigualdade salarial de atores negros e a prática de studios em manter segredos sobre os valores pagos a atores, o que reforça a discriminação racial na indústria.
A atriz Arden Cho contou que foi oferecida a menor parte do salário de seus colegas brancos para participar de um filme, reforçando que, muitas vezes, há uma imposição financeira para atores de minorias raciais.
Mais relatos de dificuldades e resistência
Taraji P. Henson, que luta por igualdade salarial, emocionou ao falar sobre o desgaste de enfrentar constantemente a desigualdade de remuneração e de reconhecimento. “Estou cansada de brigar por respeito e pelo valor que merecemos”, afirmou, reforçando a luta das mulheres negras por equidade.
Na lista, outras celebridades também denunciaram práticas de discriminação, assédio, humilhação e manipulação, evidenciando uma indústria que, apesar de glamour, possui uma face muito mais sombria.
O que fazer se você ou alguém conhecido sofrer abuso?
Para quem sofreu assédio sexual, recomenda-se procurar ajuda no Disque 180, que oferece suporte às vítimas. Caso haja suspeita de abuso infantil, o contato oficial é o Disque 100, em mais de 140 idiomas, garantindo apoio às vítimas.