A possibilidade de condenação do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, a mais de 15 anos de prisão tornou-se realidade após a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O jogador é acusado de envolvimento em fraudes relacionadas a manipulação de resultados em competições esportivas e estelionato, crimes que podem levar a penas severas caso a Justiça aceite a denúncia.
Acusações graves contra o jogador
Bruno Henrique foi formalmente denunciado pelos crimes de manipulação de resultado esportivo, além de estelionato consumado em coautoria e tentativa de estelionato em coautoria. A legislação brasileira prevê penas que podem ultrapassar 15 anos de reclusão e a mínima de 4 anos, embora a Justiça ainda não tenha decidido quais crimes ele poderá ou não responder, uma vez que a análise da denúncia ainda está por vir, prevista para os próximos dias na 7ª Vara Criminal de Brasília.
De acordo com os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Bruno Henrique teria concordado com seu irmão em forçar uma infração durante a partida entre Flamengo e Santos, com o intuito de beneficiar apostadores. A estratégia incluía receber um cartão amarelo, previamente comunicado ao irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que teria disseminado a informação entre familiares e conhecidos.
O esquema de apostas
A investigação da Polícia Federal (PF) revelou que uma rede de apostadores fez apostas específicas relacionadas ao cartão amarelo de Bruno Henrique, que se concretizou durante o jogo, quando ele, além do cartão amarelo, também foi punido com um cartão vermelho por ofensas ao árbitro.
Os dados de apostas levantados mostram que mais de 95% das apostas nas plataformas envolvidas foram direcionadas especificamente ao jogador recebendo um cartão amarelo. “Para ser mais específico, no caso da Betano, 98% do volume de apostas para o mercado de cartões foi direcionado para que Bruno Henrique os recebesse”, comentaram os promotores.
Além disso, a análise do Grupo de Investigação identificou que várias contas que realizaram as apostas eram recém-criadas, o que poderia evidenciar a intenção deliberada de manipular os resultados da partida.
A defesa do jogador
A defesa de Bruno Henrique se manifestou e refutou as acusações, alegando que a denúncia do MPDFT é oportunista e “inteiramente insubsistente”. Em nota enviada ao Metrópoles, afirmaram que as alegações seriam refutadas técnica e imediatamente no processo judicial. Eles destacaram também que o momento da denúncia coincide com a divulgação da lista de jogadores inscrita para o Super Mundial de Clubes da FIFA, na qual Bruno Henrique está incluído.
“Embora a medida do órgão ministerial seja oportunista, esclarecemos que as indevidas acusações formuladas serão técnica e imediatamente refutadas no processo”, declarou a defesa.
Impacto na carreira do atleta
A denúncia e o potencial processo judicial geram grande preocupação não apenas para a carreira do atleta, que já é um dos destaques do Flamengo e acumula importantes títulos, mas também para a reputação do esporte brasileiro. O caso ressalta um problema crescente no mundo do futebol, a manipulação de resultados, que abala a integridade das competições esportivas.
Além de Bruno Henrique, outras nove pessoas foram indicadas pela PF, abrangendo um possível esquema de estelionato e fraudes, o que deixa claro que a investigação é complexa e envolve diversas frentes. O MPDFT apontou que os crimes estão de acordo com os ditames da Lei nº 14.597/2023 e Lei nº 14.790/2023.
Conclusão
O desdobramento desse caso pode ter consequências impactantes para a carreira de Bruno Henrique e para o Flamengo, em um esporte que já enfrenta desafios relacionados à corrupção e manipulação. Enquanto isso, a Justiça avaliará as evidências e a denúncia do MPDFT nos próximos dias, e o resultado poderá moldar o futuro do atacante.
A situação é um lembrete de que, mesmo no auge da carreira, a linha entre a glória e a desgraça pode ser muito tênue. O esporte, que deve ser um símbolo de paixão e superação, enfrenta agora o desafio da desconfiança e dos escândalos.
