No início da semana, o Atlético de Madrid, adversário do Botafogo no grupo B da Copa do Mundo de Clubes, chegou a Los Angeles e escolheu um hotel central, o Conrad, para se hospedar durante o torneio da FIFA. A estreia dos espanhóis acontece neste domingo contra o Paris Saint-Germain, e o clube se prepara para enfrentar o alvinegro na última rodada. Porém, a estadia em meio ao glamouroso cenário de Hollywood se torna complicada devido aos intensos protestos que ocorrem na cidade contra a política migratória do governo de Donald Trump.
Protestos e toque de recolher marcam a estadia do Atleti
Nos últimos dias, Los Angeles tem sido palco de manifestações que expressam a insatisfação popular com as operações de imigração promovidas pelo governo dos EUA. Desde o início dos protestos, que já duram cinco dias, a cidade enfrentou episódios de violência e um número recorde de detidos, culminando na mobilização de quase cinco mil militares. A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, anunciou um toque de recolher entre as 20h desta terça-feira e as 6h da manhã de quarta, para coibir o vandalismo e os saques na região central, área onde está localizado o hotel escolhido pelo Atlético de Madrid.
“Para acabar com o vandalismo e parar com os saques”, foram as palavras de Bass durante uma coletiva de imprensa, reafirmando a seriedade da situação. O hotel Conrad, onde a equipe ficará por duas semanas, é um local de luxo que oferece diversas comodidades, mas os jogadores poderão ter interações desagradáveis com o ambiente que os rodeia, com a presença de policiais e o som de sirenes.
A apenas 20 metros do hotel, o Walt Disney Concert Hall também virou alvo de protestos, com uma das entradas sendo danificada. De acordo com o jornal espanhol Marca, a porta foi atingida por pedras e outros objetos, levando os responsáveis a reforçar a segurança do local.
Restrições e segurança para os jogadores
O toque de recolher impõe restrições significativas, obrigando todos a permanecerem em casa, exceto para um grupo limitado que inclui policiais, profissionais de saúde e jornalistas credenciados. Isso significa que, durante o período de toque de recolher, os jogadores do Atlético de Madrid devem permanecer em suas acomodações, seguindo as regras estabelecidas pelas autoridades locais. A prefeita, em sua fala, enfatizou que apenas quem reside ou trabalha no centro deve estar nas ruas, reforçando a preocupação com a segurança.
Motivos das manifestações e clima tenso
Os protestos que agitam Los Angeles são uma reação à política rígida de imigração do governo Trump, responsável por uma série de operações para prender imigrantes em situação irregular. A prefeita Bass e o governador da Califórnia, Gavin Newsom, criticaram essas ações, alegando que não foram informados adequadamente antes da execução das operações, o que levou a uma escalada das tensões nas ruas da cidade.
Os confrontos entre autoridades e manifestantes resultaram numa série de prisões, com cerca de 350 detidos em todo os Estados Unidos desde o início dos protestos, incluindo 160 em Los Angeles. A agitação nas ruas se refletiu em um clima tenso na cidade, enquanto o governador Newsom criticou abertamente a decisão presidencial de enviar tropas da Guarda Nacional, alegando que tal ação não foi aprovada pelas autoridades estaduais, contrariamente à prática habitual em situações similares.
Por conta deste cenário de conflitos, jogadores, comissão técnica e todos os envolvidos na equipe do Atlético de Madrid devem se manter atentos às mudanças e orientações locais durante o torneio. A expectativa é que os confrontos não atrapalhem o desempenho da equipe, que tem um importante compromisso esportivo pela frente.
Com a tensão crescente e a necessidade de adaptação ao ambiente tumultuado, o Atlético de Madrid enfrentará, não apenas seus oponentes no campo, mas também o desafio de se concentrar em seu objetivo em meio a um contexto social turbulento.