Brasil, 12 de junho de 2025
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A misoginia no metaverso: o mundo dos sonhos de Mark Zuckerberg é seguro para as mulheres?

Estudo revela alarmantes casos de assédio sexual no metaverso, levantando questões sobre segurança para mulheres e meninas.

O universo virtual conhecido como metaverso, idealizado por Mark Zuckerberg e sua empresa Meta, pode se tornar um espaço problemático para mulheres e meninas, conforme relatórios recentes indicam uma alarmante prevalência de assédio sexual. O ambiente, destinado a revolucionar a socialização, educação e entretenimento, já apresenta sérios desafios quanto à segurança de suas usuárias.

Um ambiente virtual problemático

Pesquisas apontam que as mulheres, especialmente as mais jovens, enfrentam altos índices de assédio sexual em diversas esferas, e isso não é diferente no metaverso. Dados de uma investigação revelaram que 86% das mulheres jovens já sofreram assédio sexual em ambientes offline, enquanto um estudo subsequente relatou que muitas dessas jovens continuam a ser alvos de comportamentos abusivos no espaço virtual. Em pouco tempo de imersão no metaverso, uma pesquisadora testemunhou uma mulher tendo seu avatar sexualmente assediado, confirmando que esse tipo de experiência é comum nesse ambiente.

A falta de proteção no metaverso

O metaverso, como conceito, é frequentemente descrito como um mundo compartilhado onde tecnologias de realidade virtual e aumentada permitem a interação entre avatares e ambientes virtuais. Entretanto, a segurança nesse espaço virtual deixa a desejar. Um relatório da Center for Countering Digital Hate (CCDH) indicou que o comportamento abusivo é quase constante, com usuários expostos a comentários e ações inapropriadas a cada sete minutos. A Meta, por sua vez, parece ter falhado em implementar moderação eficaz, refletindo o que já ocorre nas redes sociais tradicionais.

As promessas de um novo mundo

Mark Zuckerberg declarou que no metaverso os usuários poderão realizar quase tudo que imaginam, mas essa promessa é acompanhada de um forte questionamento: se a empresa não consegue proteger suas usuárias nos ambientes digitais atuais, como confiar que fará isso em um espaço ainda mais imersivo? A resposta parece ser negativa. O baixo nível de moderação e as ações ineficazes de resposta a incidentes de abuso revelam uma estrutura que não prioriza a segurança das mulheres.

Relatos de assédio e impunidade

Além do assédio às mulheres adultas, o impacto sobre as crianças é igualmente alarmante. Pesquisas indicam que 47% dos casos de grooming online ocorreram em produtos da Meta. Várias mulheres relataram experiências de assédio pornográfico e a presença de adultos dirigindo comentários abusivos a avatares que aparentavam ser de crianças. Isso levanta a questão de como as plataformas estão protegendo suas usuárias mais vulneráveis.

A necessidade de regulamentação

As experiências negativas que mulheres e meninas vivenciam no metaverso não são isoladas. A falta de uma resposta robusta e a tendência de culpar as vítimas por não utilizarem as ferramentas disponíveis geram um ciclo de impunidade. É imperativo que as empresas de tecnologia, como a Meta, sejam responsabilizadas, e que legislações efetivas sejam implementadas para garantir que padrões de segurança sejam seguidos na concepção de novos ambientes virtuais.

Deixar o futuro da interação social e do aprendizado nas mãos de empresas que historicamente falharam em proteger suas usuárias é arriscado. O ideal seria criar um metaverso que priorizasse a segurança e o respeito, ao invés de uma realidade onde as mulheres são forçadas a se defenderem sozinhas de abusos.

Um apelo à mudança

Com o aumento da imersão em ambientes virtuais, a urgência em resolver essas questões se torna mais evidente. O futuro das interações digitais não deve incluir o assédio e a exploração como elementos normais. Em vez disso, os desenvolvedores devem ser motivados a criar espaços que não apenas aceitem, mas incentivem a diversidade e o respeito.

Esse alerta sobre os perigos do metaverso deve servir como um chamado à ação. As empresas têm a responsabilidade de garantir um ambiente seguro e acolhedor, onde todos os usuários possam interagir sem medo de agressões e assédio. As futuras gerações merecem um espaço onde a inovação tecnológica não vem à custa do bem-estar e da segurança de suas usuárias mais vulneráveis.

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