O presidente Donald Trump anunciou nesta terça-feira (10) que irá restaurar os nomes de sete bases militares americanas que homenageiam líderes confederados. A decisão foi feita durante um discurso em Fort Bragg, na Carolina do Norte, após assistir a uma demonstração militar com tropas de paraquedistas e barragens de artilharia.
Bases militares com nomes confederados serão recuperados por Trump
Entre as bases que terão seus nomes reestabelecidos estão o Fort Hood, no Texas, Fort Gordon, na Geórgia, Fort Rucker, no Alabama, e Fort Polk, na Louisiana. Além disso, três bases na Virgínia — Fort AP Hill, Fort Picket e Fort Robert E. Lee — também terão seus nomes alterados de acordo com a decisão de Trump. Essas informaçõe vieram após a mudança promovida pela administração Biden, que, com base em um estudo do Comissionamento de Nomeações do Pentágono de 2022, recomendou renomear instalações nomeadas em homenagem a líderes da Confederação.
O ex-presidente alegou que a mudança de nomes foi injusta e que os locais tinham relevância histórica. “Vencemos muitas batalhas nesses fortes. Não é hora de mudar. E sou supersticioso. Gostaria de manter assim, certo? Quero continuar com isso”, afirmou Trump a soldados do 82º Divisão de Paraquedistas, do Comando de Operações Especiais e do XVIII Airborne Corps.
Realização de anúncio anterior à comemoração de 250 anos do Exército
Originalmente, Trump pretendia fazer o anúncio durante uma parada militar na capital, Washington, D.C., marcada para sábado, em comemoração aos 250 anos do Exército dos Estados Unidos. Entretanto, decidiu antecipar a declaração em Fort Bragg, onde também acompanhou uma demonstração de tropas. “Não podia esperar. Tenho que falar com meus amigos aqui hoje”, disse o presidente.
Fort Bragg e a história confederada
Fort Bragg, uma das maiores bases militares do mundo, onde estão cerca de 50 mil soldados, foi nomeada inicialmente em homenagem ao general confederado Braxton Bragg, que foi proprietário de escravos. Em 2023, a base foi renomeada como Fort Liberty pelo Pentágono. No entanto, Trump defendeu a retomada do nome, reforçando que muitos desses locais receberam nomes confederados no século XX, período marcado pelo racismo institucionalizado na região sul dos EUA.
“Quando construímos esses fortes, eles tinham um significado importante na nossa história. Estou apenas preservando essa história”, afirmou Trump, sugerindo que a alteração dos nomes foi uma tentativa de apagar o passado.
Reações e perspectivas futuras
A decisão de Trump gerou reações diversas, com críticos apontando que a homenagem às figuras confederadas perpetua o racismo e a segregação. Por outro lado, apoiadores consideram que os nomes fazem parte da história militar e cultural do país. A revisão dos nomes das bases militares é um tema polêmico que voltou ao centro do debate político após anos de discussões sobre o legado da Confederação na história americana.
Segundo analistas, a medida pode reforçar a polarização política no país, aprofundando o atrito entre diferentes segmentos da sociedade americana. O Pentágono ainda não divulgou detalhes sobre o processo formal de alteração dos nomes, que deve envolver procedimentos administrativos e informações à mídia e ao público.
Próximos passos e expectativas
Espera-se que, nos próximos meses, o governo dos EUA implemente oficialmente a troca dos nomes nas bases e organize eventos de homenagem às figuras confederadas. A decisão de Trump marca uma reavivada tensão sobre a memória histórica e os símbolos associados à Guerra Civil dos Estados Unidos e ao movimento pelos direitos civis.
