Brasil, 13 de junho de 2025
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STF nega pedido de Bolsonaro para apresentar vídeos em interrogatório

Ministro Alexandre de Moraes rejeitou solicitação do ex-presidente para exibir provas não inseridas nos autos durante o depoimento.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para apresentar vídeos durante seu interrogatório, agendado para a tarde desta terça-feira. Este episódio é parte de um processo que desperta grande interesse público e político no Brasil.

Decisão de Moraes

Moraes decidiu que enquanto o réu e sua defesa podem utilizar as provas que já constam nos autos, não é o momento adequado para apresentar novas evidências que ainda não estão registradas oficialmente. O ministro enfatizou que a defesa deve, se achar conveniente, juntar os documentos mencionados aos autos para que todas as partes envolvidas possam se manifestar sobre eles e, eventualmente, comprovar sua autenticidade.

Pedido de apresentação de vídeos

Mais cedo, antes da decisão, a defesa de Bolsonaro havia protocolado um pedido solicitando autorização para transmitir vídeos, utilizando recursos audiovisuais como telões. Esses vídeos teriam o objetivo de reforçar a argumentação da defesa durante o interrogatório. Como noticiado pelo jornal O Globo, Bolsonaro havia levado anotações em papel, que estavam nas mãos de seu advogado, Celso Vilardi. O documento continha um roteiro de vídeos que ele pretendia apresentar na sessão.

Conteúdo dos vídeos propostos

Na lista intitulada “Sequência de Vídeos”, estavam descrições de imagens em que o atual ministro Flávio Dino “acusa fraude no sistema eleitoral”, além de críticas às urnas eletrônicas proferidas por Dino em seu passado como governador do Maranhão. Vale mencionar que as urnas eletrônicas vêm sendo utilizadas no Brasil desde 1996 e nunca houve comprovação de fraudes eleitorais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) implementa mecanismos de auditoria que asseguram a veracidade e a transparência dos resultados eleitorais, permitindo que candidatos, coligações, o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e até mesmo os eleitores realizem verificações.

Anotações e críticas ao sistema eleitoral

Outras anotações no documento de Bolsonaro reiteram referências ao ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e seus votos em favor da implementação do voto impresso. A lista também contava com comentários enigmáticos como “eles vão é sentir saudades da gente né” e “Bolsonaro para Ciro Nogueira”, em alusão ao primeiro pronunciamento pós-derrota de Jair Bolsonaro em 1º de novembro de 2022.

Além disso, as anotações incluíam menções a “coletiva de imprensa Presidente… manifestações” e “2022 – pronunciamento de Bolsonaro Ciro…anuncia que vai iniciar transição”. Estas referências à comunicação de Bolsonaro após sua derrota eleitoral acentuam o foco da defesa em tentar estabelecer uma narrativa que contextualiza o ex-presidente como uma figura injustamente atacada.

Expectativa para o depoimento

Antes de seu depoimento, Bolsonaro fez comunicação aos jornalistas, afirmando que seu depoimento duraria “horas” se ele pudesse discorrer “à vontade”. Sua disposição em falar livremente demonstra a confiança de Bolsonaro em sua narrativa, mesmo sob o olhar crítico do STF.

A decisão de Moraes não apenas impacta a estratégia de defesa de Bolsonaro, mas também a percepção pública sobre a conduta do ex-presidente durante o período eleitoral. A agitação em torno do processo mostra a polarização política e a necessidade de transparência nas acusações que envolvem figuras públicas como Jair Bolsonaro.

As próximas etapas do processo e sua repercussão na sociedade brasileira são aguardadas com expectativa, numa atmosfera marcada por profundas divisões políticas.

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