O julgamento de Harvey Weinstein, ex-magnata de Hollywood, continua a levantar polêmicas na cidade de Nova York. Os advogados de Weinstein, na última segunda-feira, reafirmaram sua solicitação para anular o julgamento em curso por crimes de estupro e assédio sexual. A movimentação ocorre no contexto de deliberações tensas entre os jurados, que relatam conflitos internos e discussões sobre questões além das provas apresentadas.
A pressão sobre a jurados e a defesa de Weinstein
A defesa de Weinstein argumenta que as deliberações estão comprometidas, especialmente após um jurado expressar preocupação sobre a condução das discussões, afirmando que eles estavam abordando “coisas do passado”. Nos últimos dias, houve um clima de tensão entre os jurados, com relatos de que eles não estavam “na mesma página” e conversando sobre assuntos fora do escopo do julgamento.
O advogado de Weinstein, Arthur Aidala, sinalizou que as afirmações do jurado reafirmam a necessidade de um novo julgamento. Em suas palavras, “as pessoas estão considerando coisas que não estão neste julgamento como evidência”. A defesa luta para que um juiz de Manhattan cancele o julgamento que já dura seis semanas, algo que foi negado pelo juiz Curtis Farber.
Desdobramentos do julgamento
Enquanto a defesa expressa suas preocupações, uma jurada alegou que, apesar das desavenças, houve progresso nas deliberações. “A temperatura está muito boa hoje. Estamos fazendo progressos”, disse a jurada ao juiz, em uma tentativa de aliviar as tensões reportadas anteriormente.
O julgamento, que se arrasta sem um veredicto confirmado até o momento, se concentra em acusações graves. Weinstein, que tem 73 anos, é acusado de ter estuprado uma mulher em 2013 e de assediar sexualmente duas outras em 2002 e 2006. Ele nega todas as acusações e se declara inocente.
As acusações e o histórico de Weinstein
As alegações contra Weinstein não são recentes. Mais de 80 mulheres, incluindo atriz renomadas como Mira Sorvino e Ashley Judd, acusaram-no de assédio sexual e outras condutas impróprias. Em um julgamento anterior, em 2020, Weinstein foi condenado por vários crimes sexuais, mas a decisão foi anulada por um tribunal de apelação em 2024, devido a erros cometidos pelo juiz durante o julgamento.
Atualmente, Weinstein já cumpre uma pena de 16 anos de prisão, após ser declarado culpado de estupro em uma corte na Califórnia em dezembro de 2022. Ele enfrenta a possibilidade de até 25 anos por duas acusações de atos sexuais criminosos e até quatro anos por uma acusação de estupro.
Impactos da luta contra o assédio sexual
A saga judicial de Weinstein continua a ser um símbolo das mudanças trazidas pelo movimento #MeToo, que incentivou muitas mulheres a denunciarem abusos. Este movimento não apenas expôs o comportamento predatório de figuras poderosas na indústria do entretenimento, mas também trouxe à tona discussões cruciais sobre consentimento e direitos das vítimas de assédio sexual.
À medida que o julgamento avança, a atenção do público e da mídia se volta para não apenas o destino de Weinstein, mas também para as implicações mais amplas dessas alegações em relação à cultura de silêncio que muitas vezes envolve questões de violência sexual.
Com o desenrolar do caso, todas as atenções estão voltadas para o tribunal de Nova York, onde mais um episódio da batalha jurídica de Weinstein se desenrola, mantendo o tema do assédio e a luta pela justiça em evidência na sociedade contemporânea.