Brasil, 13 de junho de 2025
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Polícia Civil desmantela base armada no Complexo de Israel

Operação revela preparação de criminosos com armas pesadas para ataques a aeronaves da polícia no Rio de Janeiro.

No último dia 10 de junho, a Polícia Civil do Rio de Janeiro desencadeou uma grande operação no Complexo de Israel, visando a prisão de integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP). A ação revelou a organização criminosa que, segundo autoridades, estava treinando para atacar aeronaves policiais com armamento pesado, incluindo fuzis. O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, destacou a gravidade da situação durante a coletiva de imprensa que acompanhou a operação.

Estrutura militarizada dos criminosos

De acordo com as investigações, os criminosos montaram uma base fortificada na comunidade, utilizando muros de concreto para se proteger e criar pontos estratégicos de ataque. Felipe Curi relatou que esses indivíduos ocupavam ao menos oito locais dentro da comunidade, equipados com fuzis e lunetas, com a única função de disparar contra as aeronaves que se aproximavam. Nos últimos cinco anos, foram registrados mais de 70 ataques a helicópteros da polícia na região, evidenciando a extensão do problema.

O primeiro alvo da operação foi Luan Lucas França do Nascimento, um soldado do Batalhão da Guarda do Exército, preso enquanto supostamente se dirigia à casa da namorada. Segundo as autoridades, ele era identificado como um dos responsáveis pelos ataques aéreos. “Ele estava de serviço e não compareceu ao trabalho hoje”, comentou Moisés Santana, delegado da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

Operação em números

A operação começou pela manhã e tinha a meta inicial de cumprir até 70 mandados de prisão, mas o número foi reduzido para 44 às pressas, conforme informado na coletiva. Dentro das primeiras horas, 14 pessoas já haviam sido presas. Os investigadores buscam criminosos atuantes não apenas no Complexo de Israel, mas também nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta, além das áreas secundárias conhecidas como Pica-Pau e Cinco Bocas.

Felipe Curi pontuou que o foco desta operação eram traficantes que, apesar de não possuírem antecedentes criminais, mantinham uma intensa atuação no tráfico de drogas. “Estes criminosos estavam totalmente invisíveis para a sociedade e as forças policiais,” disse Curi. “Estamos lá para cumprir dezenas de mandados contra narcotraficantes que atuam nessas comunidades.” A operação surgiu após meses de investigações que identificaram esses criminosos como uma ameaça significativa.

Consequências para a população

Por motivos de segurança, a Avenida Brasil e a Linha Vermelha foram fechadas durante a operação, resultando em grandes engarrafamentos na Zona Norte. As autoridades tiveram que colocar a cidade em Estágio 2, um aviso de que a rotina dos cidadãos poderia ser impactada de forma significativa.

Curi alertou que a operação poderia causar transtornos, mas reafirmou a importância de tais ações no combate ao narcotráfico, enfatizando a necessidade de desmantelar grupos que operam com táticas de guerrilha. “Esses traficantes usam o terrorismo e a violência contra pessoas inocentes,” completou.

Reação da comunidade e próximos passos

Além da captura de traficantes, a polícia também está em busca de Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, um dos líderes do TCP. Curi afirmou que “mais cedo ou mais tarde eles serão presos”, aumentando a pressão sobre outros integrantes da facção criminosa.

A situação em áreas dominadas por facções como o TCP gera preocupação não somente para a polícia, mas para a comunidade como um todo, uma vez que os grupos subordinam a população ao seu controle, utilizando técnicas de intimidação, como barricadas e toques de recolher.

Com a operação, as autoridades buscam não apenas prender os integrantes da facção, mas também restaurar a segurança e a ordem nas comunidades afetadas pelas atividades criminosas. O impacto dessa operação será monitorado, e as ações da polícia continuarão visando desmantelar a estrutura criminosa que se alastrou pelo Rio de Janeiro.

A luta contra o tráfico e a violência segue, em um cenário onde a complexa relação entre a população e as forças de segurança será testada constantemente. A expectativa é que as investigações tragam um resultado efetivo na diminuição da criminalidade nas comunidades dominadas por facções.

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