Os bispos católicos de Nova York estão alertando para uma crise potencial após a aprovação da medida que autoriza o suicídio assistido, considerada um “pesadelo” para a Igreja. A legislação, conhecida como “Medical Aid in Dying Act”, foi aprovada na Assembleia Legislativa estadual e aguarda assinatura da governadora Kathy Hochul.
Legislação de suicídio assistido em Nova York provoca forte reação da Igreja
Na segunda-feira (9), a lei foi aprovada pelo Senado estadual com votos democratas, permitindo que médicos prescrevam medicamentos capazes de causar a morte de pacientes terminais. A medida, limitada a maiores de 18 anos com doenças incuráveis e irreversíveis, tem como objetivo ampliar o acesso ao suicídio assistido no estado.
Contudo, a Conferência Católica do Estado de Nova York denunciou a legislação como um “pesadelo de suicídio assistido”, semelhante ao regime do Canadá, que tem expandido sua prática inclusive para pessoas incapazes de dar consentimento no momento. Segundo dados, o Canadá registra que aproximadamente 1 em cada 20 óbitos ocorre por eutanásia.
Críticas da Igreja e preocupações com vulneráveis
Dennis Poust, diretor executivo da conferência católica estadual, afirmou que a aprovação representa “um dia sombrio para Nova York”. Ele alertou que a lei poderia prejudicar comunidades vulneráveis, incluindo minorias raciais, pessoas com deficiência e pacientes em situação de desespero.
“A legislação não exige avaliação psicológica para depressão ou outras doenças mentais, tampouco um período de espera para quem está em desespero após o diagnóstico terminal”, explicou Poust. A Igreja insiste na necessidade de ampliar cuidados paliativos, assistência psiquiátrica e suporte familiar, ao invés de facilitar o suicídio induzido.
Reação da liderança e futuro da legislação
O arcebispo de Nova York, Cardeal Timothy Dolan, classificou a proposta como “uma desastre esperando para acontecer” e criticou a lei por transformar conceitos tradicionais da medicina. Em declarações veiculadas anteriormente, Dolan explicou que a legislação “inverte tudo o que a sociedade conhece e acredita acerca do cuidado médico”.
O apoio à medida por parte do governo estadual veio após outras regiões, como Delaware, legalizaram o suicídio assistido recentemente. Em Delaware, o governador assinou um projeto de lei no mês passado, permitindo a prática para pacientes com expectativa de vida de até seis meses.
Por outro lado, em Illinois, um projeto semelhante foi adiado, sem votação final, no esforço de grupos católicos e defensores da vida que manifestaram forte oposição. A legislação permanece em discussão em diversos estados dos Estados Unidos, com opiniões polarizadas.
Controvérsia e próximos passos
Especialistas alertam que, se aprovada, a lei pode resultar em violações legais e afetar negativamente sua implementação, assim como ocorreu em outros países com regimes de eutanásia e suicídio assistido. A Igreja e grupos de defesa da vida continuam a pressionar por maior proteção e alternative de cuidados, como programas de suporte emocional e paliativo.
O representante do governo ainda não anunciou uma data para a assinatura oficial, mas a expectativa é que a disputa sobre o tema continue a alimentar debates na sociedade americana.
Para acompanhar a evolução da legislação e suas implicações, visite o fonte original.