Esta semana, a Natura anunciou um projeto inovador que inclui um teste olfativo nas suas revistas de venda, com o objetivo de identificar precocemente sinais de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. A ação faz parte de uma parceria com a NoAr Health, startup brasileira especializada em tecnologias sensoriais, e será implementada inicialmente em Minas Gerais com expectativa de expansão nacional.
Projeto pioneiro usa fragrâncias para monitorar a saúde cerebral
O teste consiste em uma seleção de 20 fragrâncias incomuns, que vão de queijo e bacon a naftalina, e será acompanhado de um questionário sobre a percepção de cheiros. Segundo Gustavo Vale, neurocientista da Natura, a perda ou alteração do olfato é um dos primeiros sinais de doenças neurodegenerativas, mas muitas vezes passa despercebida. “Com esse procedimento, buscamos alertar as mulheres sobre a importância de detectar precocemente esses sintomas”, explica.
Encaminhamento para diagnóstico e impacto social
Se os resultados indicarem alterações frequentes, as consumidoras serão encaminhadas para testes diagnósticos mais detalhados, conduzidos pela NoAr, que combina avaliações olfativas e cognitivas. Essas ações poderão acontecer em espaços públicos, como unidades de saúde, em parceria com prefeituras locais. “Quando diagnosticadas cedo, algumas doenças podem ser atrasadas, prevenidas ou até mesmo ter suas chances de cura aumentadas”, destaca Vale.
Potencial de divulgação e conscientização
Segundo Tatiana Ponce, vice-presidente de marketing da Natura, a revista da marca, que alcança aproximadamente 1,6 milhão de consultoras, tem potencial de impacto significativo. “Cada edição chega a até 30 mulheres, o que amplia a conscientização sobre a importância de observar sintomas precocemente”, afirma. A iniciativa também reforça a estratégia da Natura de integrar inovação e responsabilidade social em seus produtos.
Diagnóstico tradicional e desafios atuais
Especialistas do Hospital Albert Einstein reforçam que, embora o teste olfativo seja uma ferramenta de conscientização, o diagnóstico efetivo do Alzheimer exige exames clínicos aprofundados, como avaliação neuropsicológica, exames de sangue e imagens de ressonância. “Atualmente, ainda não há marcadores biológicos específicos ou um exame único 100% preciso para a confirmação dessas doenças”, alerta o hospital.
Perspectivas e próximas etapas
De acordo com a Natura, a implementação do projeto-piloto começa neste mês em Minas Gerais, com previsão de alcançar 20 mil consultoras. A partir dos resultados, a iniciativa deverá ser ampliada para outras regiões do país, na tentativa de promover maior prevenção e conscientização sobre as doenças neurodegenerativas.
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