Mais de 1.500 manifestações do movimento “No Kings Day” estão previstas para ocorrer neste sábado em diversas cidades dos Estados Unidos. A mobilização ocorre em resposta às ações do governo de Donald Trump, que mobilizou tropas e força militar para reprimir protestos relacionados à imigração em Los Angeles.
Protestos contra autoritarismo e a presença militar
As manifestações acontecem em diversas localidades do país, coincidindo com o desfile militar planejado por Trump em Washington, D.C., para celebrar o 250º aniversário do Exército Nord-Americano. Segundo Ezra Levin, cofundador da organização progressista Indivisible, as iniciativas têm recebido “interesse avassalador” após a resposta do governo às manifestações em Los Angeles.
“Nos EUA, não aceitamos reis”, afirma o site oficial dos eventos. “Eles desafiaram nossas cortes, deportaram cidadãos, sumiram com pessoas das ruas, atacaram nossos direitos civis e reduziram nossos serviços públicos. A corrupção se instalou de vez.”
Crise em Los Angeles e a escalada do conflito
As protestos na cidade californiana ocorreram de forma pacífica até a intervenção controversa de Trump, que mobilizou a Guarda Nacional contra a vontade do governador Gavin Newsom. Após a ação, o governo federal aumentou seu envolvimento enviado centenas de marines e milhares de soldados adicionais para controlar a situação.
De acordo com os organizadores, “No Kings Day” é uma oposição nacional ao autoritarismo. “De bairros a pequenas cidades, de tribunais a praças públicas, estamos agindo para rejeitar ditaduras — e mostrar ao mundo o que é democracia de verdade”, destaca o site do movimento. “No dia 14 de junho, vamos estar em todos os lugares onde Trump não está — dizendo não a reis e coronas.”
Movimentos em diferentes regiões e a ausência em D.C.
Apesar do foco no desfile militar, os organizadores não planejaram protestos especificamente em Washington, para evitar que o evento militar seja o destaque do dia. A intenção é que as ações ocorram em locais diversificados, chamando atenção para a resistência contra o autoritarismo.
Provocações de Trump e postura de força
Na terça-feira, Trump ameaçou os manifestantes do evento militar, advertindo que eles seriam enfrentados com “força muito grande”. “Para quem deseja protestar, a força será pesada”, afirmou o presidente. “Não ouvi até agora manifestações, mas esses opositores ao país irão enfrentar uma repressão severa.”
A mobilização busca reforçar a mensagem de resistência às ações autoritárias, em meio ao aumento da repressão por parte do governo federal na resposta às manifestações populares.