Brasil, 12 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

General braga netto é interrogado pelo STF em investigação de golpe

O ex-ministro da Defesa negou envolvimento em ataques a comandantes do Exército durante o primeiro interrogatório no Supremo.

Na noite desta terça-feira (10/6), o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao interrogatório do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022. O general se vê envolvido em uma investigação que apura a tentativa de golpe de Estado logo após as eleições presidenciais de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Retórica de defesa do general

Durante o processo, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, Braga Netto negou ricamente qualquer acusação relacionada a coordenação de ataques nas redes sociais contra outros militares. Ele se referia aos ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, que rejeitaram qualquer envolvimento em uma trama golpista. “Eu jamais coordenei ou ordenei ataques a nenhum dos chefes militares”, afirmou o general durante seu depoimento, reforçando a ideia de que tudo não passava de uma descontextualização de mensagens que ele teria visto no inquérito.

Situação atual de Braga Netto

Braga Netto é um dos oito réus do que é conhecido como “núcleo 1” na investigação da Polícia Federal. Este grupo é acusado de executar um suposto plano para manter Bolsonaro no poder através de ações ilegais após a derrota nas urnas. Desde dezembro de 2022, o general está preso preventivamente por ordem de Moraes, que acatou um pedido da Polícia Federal. O interrogatório está sendo feita via video-conferência, uma vez que o ex-ministro se encontra sob custódia do Comando Militar do Leste, localizado no Rio de Janeiro.

Suspeitas sobre Braga Netto

A investigação da Polícia Federal destaca indícios que sugerem que Braga Netto desempenhou um papel fundamental na articulação e financiamento de várias ações que visavam reverter o resultado eleitoral. Um dos pontos centrais das investigações traz à tona a possibilidade de que o general haveria transferido recursos a outros envolvidos em uma “sacola de vinho”. Este detalhe foi revelado por meio da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente.

O seguinte trecho do depoimento de Braga Netto destaca a sua defesa: “Se eu tivesse falado algo com eles eu falaria pessoalmente. Eu não coordenei”, reafirmou o réu sobre o contato que mantinha com outros militares, buscando justificar a possibilidade de qualquer ataque que tenha ocorrido nas redes sociais.

Implicações legais e políticas

A situação do general é emblemática, pois ele se torna o primeiro oficial de quatro estrelas detido desde o fim do regime militar no Brasil. O desdobramento desta investigação pode ter efeitos profundos não apenas na política brasileira, mas também sobre a imagem das Forças Armadas e suas futuras interações com o governo e a sociedade civil.

Se a acusação for confirmada, Braga Netto e outros envolvidos podem enfrentar severas consequências legais, tornando este caso um marco na história política recente do Brasil. O que foi, inicialmente, uma mera investigação pode se transformar em um divisor de águas, revelando outras conexões e dimensões da trama que pode afetar a estrutura de poder no país.

Enquanto o interrogatório prossegue, a expectativa da população e das instituições é por transparência e Justiça, considerando a grave natureza das alegações e sua relação com a democracia brasileira. O tempo dirá como esses eventos se desenrolarão e quais as implicações para os envolvidos.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes