A recente polêmica envolvendo o desfralde de Liz, filha da dançarina e influenciadora digital Lore Improta, aos 3 anos e 9 meses, gerou discussões acaloradas nas redes sociais. Muitos internautas consideraram a decisão tardia e criticaram a baiana, que compartilhou um vídeo íntimo do momento em que Liz, acompanhada pela babá, se despedia das fraldas. A criança completará 4 anos em setembro e a situação levantou questionamentos sobre o momento certo para essa transição tão importante na vida das crianças.
Críticas nas redes sociais
As críticas vieram de diversas pessoas, que expressaram suas opiniões de forma incisiva. “Mas ela já tá bem grandinha”, comentou um internauta, enquanto outro seguiu: “Nossa, pelo tamanho já era pra usar o sanitário”. A pressão social sobre pais e mães, especialmente figuras públicas, pode ser intensa, levantando questões sobre como este tipo de exposição pode impactar a infância e o desenvolvimento das crianças.
Não há idade certa para o desfralde
O médico pediatra e neonatologista Samir Nahass, diretor do Hospital Mater Dei Emec, comentou sobre o assunto, ressaltando que não existe uma idade mágica para o desfralde. Segundo ele, o período mais comum para o processo de deixar as fraldas ocorre entre os 2 e 3 anos e meio. Contudo, essa faixa etária pode variar, pois cada criança tem seu próprio ritmo, que pode ou não seguir as médias estabelecidas.
“Algumas crianças podem estar prontas um pouco antes e outras um pouco depois, sem que isso signifique um problema. Uma criança com quase 4 anos, fazendo cocô fora da fralda pela primeira vez, está dentro de uma faixa de variação considerada normal”, afirmou o especialista. Para ele, o desfralde só começa a ser uma preocupação significativa quando a criança atinge os 5 anos e ainda apresenta dificuldades relevantes.
Implicações da pressa no desfralde
O médico advertiu que apressar o processo de desfralde pode acarretar sérios problemas emocionais e físicos. Ele detalhou algumas das consequências que podem surgir dessa pressa, como:
- Xixi na cama: A criança pode ver o banheiro como algo negativo, dificultando o controle de suas necessidades.
- Constipação crônica: O medo de fazer cocô pode levar a retenções, resultando em dor e complicações intestinais.
- Problemas de autoestima: A pressão pode afetar a autoconfiança da criança.
- Regressão no desenvolvimento: O estresse do desfralde pode causar retrocessos em outras áreas do desenvolvimento infantil.
Dicas para um desfralde positivo
Durante a entrevista, Samir Nahass ofereceu várias orientações para ajudar os pais a conduzir o desfralde de forma saudável e sem pressões. Ele sugere que os responsáveis observem os sinais de prontidão da criança, como desconforto com a fralda suja ou demonstrações de interesse pelo banheiro.
Orientações para os pais
Entre as recomendações, o médico destaca alguns passos importantes:
- Gradualidade: Introduza o penico de forma brincalhona e tire a fralda por curtos períodos.
- Criação de rotina: Estabeleça horários regulares para ir ao banheiro.
- Reforço positivo: Elogie cada tentativa e sucesso, evitando punições por acidentes.
- Imitação: Permita que a criança observe outros membros da família utilizando o banheiro.
- Paciência: Cada criança tem seu ritmo; portanto, é essencial que os pais sejam compreensivos e pacientes.
Por fim, caso haja dúvidas ou preocupações, é fundamental que os pais consultem um pediatra. O médico é a melhor pessoa para avaliar se existem questões de saúde ou desenvolvimento que possam influenciar o processo de desfralde.
Essa situação envolvendo Lore Improta e sua filha expõe uma realidade comum entre as famílias, onde as expectativas da sociedade podem pressionar os pais e as crianças de maneiras que seriam mais saudáveis se fossem evitadas. O respeito ao processo individual de cada criança é, de fato, o caminho mais seguro para um desenvolvimento saudável e feliz.
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