No recente evento Nordeste em Pauta: Indústria e Inovação, promovido pelo Metrópoles, em parceria com o Banco do Nordeste, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, apresentou os principais desafios e as seis missões estratégicas que guiarão a agenda de desenvolvimento do Brasil nos próximos anos.
Investimentos significativos para o futuro
Luciana Santos revelou que, entre 2023 e 2025, o Ministério investiu quase R$ 37 bilhões, incluindo contrapartidas, para apoiar mais de 2,7 mil projetos associados às seis novas missões da política industrial. Um dos pontos mais destacados por ela foi a necessidade de elevar o padrão de urbanização das cidades brasileiras.
“Nós precisamos elevar o padrão de urbanização das nossas cidades, que é um dos mais baixos que a gente vê ao nosso redor”, afirmou a ministra.
As seis missões estratégicas da política industrial
A apresentadora das missões destacou a relevância de cada uma delas para o futuro econômico do Brasil. As missões são as seguintes:
- Missão 1: Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética.
- Missão 2: Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde.
- Missão 3: Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades.
- Missão 4: Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade.
- Missão 5: Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energética para garantir recursos para futuras gerações.
- Missão 6: Tecnologia de interesse para soberania e defesa nacional.
Adicionalmente, a ministra enfatizou que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias na indústria triplicaram de 2023 para 2024, passando de R$ 7,8 bilhões para R$ 21,2 bilhões, segundo dados disponíveis até 31 de maio de 2025.
“Em 2024, o PIB alcançou 3,4%. A indústria cresceu 3,1%. É o maior faturamento da indústria em 15 anos”, destacou Luciana ao contextualizar as missões.
Papel dos bancos públicos e combate às desigualdades regionais
Luciana também comentou sobre a importância da atuação dos bancos públicos na oferta de crédito competitivo, mesmo em um cenário de altas taxas de juros. Ela ressaltou os esforços do FNDCT para financiar iniciativas de pesquisa e desenvolvimento, games, bem como a importância da política de combate às desigualdades regionais.
“O presidente Lula já deu demonstrações inequívocas dessa convicção e de medidas concretas”, afirmou, mencionando iniciativas estruturantes para o Nordeste, como a transposição do Rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina.
Iniciativas de apoio ao Nordeste
A ministra anunciou a “Chamada Pública Nordeste”, uma colaboração que abrange o FNEP, BNDES, Banco do Brasil, Caixa, Banco do Nordeste, Consórcio do Nordeste e Sudene para apoiar planos de negócios estratégicos. Os investimentos podem alcançar até R$ 10 bilhões.
Em relação ao fomento ao empreendedorismo na região, Luciana destacou o Fundo de Investimento FIP Nordeste Capital Semente, “um fundo pioneiro voltado para financiar startups nordestinas, com aporte inicial de R$ 120 milhões”, que visa apoiar empresas de tecnologia em estágio inicial, promovendo o desenvolvimento regional sustentável.
Crescimento industrial no Nordeste
O evento ainda marcou o crescimento industrial da região Nordeste, que apresentou uma média de 2,5% de crescimento em 2024, com estados como Rio Grande do Norte e Ceará superando o desempenho nacional. Dados do IBGE e do FGV confirmam que a atividade econômica do Nordeste cresceu 4,0% ao longo do ano, superando a média brasileira.
“Estamos assumindo a postura ativa, apresentando aos empresários nordestinos opções para contribuir com o desenvolvimento sustentável, tecnológico e inclusivo da nossa região. Por isso, apostamos na parceria entre governos, setor produtivo e academia para aproveitar oportunidades históricas”, finalizou a ministra.
Os recentes anúncios e compromissos reafirmam a posição do Brasil atento às inovações e ao desenvolvimento do Nordeste, evidenciando um caminho promissor para a melhoria da qualidade de vida da população e do fortalecimento da economia regional.