Brasil, 10 de junho de 2025
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Depoimentos revelam detalhes da trama golpista no STF

O primeiro dia de depoimentos no STF trouxe à tona a confirmação de detalhes da trama golpista pelo tenente-coronel Mauro Cid.

O primeiro dia de depoimentos no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista envolveu o tenente-coronel Mauro Cid, que confirmou trechos relevantes da investigação ocorrida. Durante a audiência, não faltaram questionamentos da defesa em busca de contradições nas declarações do delator, bem como momentos de descontração protagonizados pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

O que foi revelado nos depoimentos

Durante seu depoimento, Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro alterou uma minuta de decreto com teor golpista. O documento, segundo Cid, previa a prisão de diversos ministros do STF e líderes do Legislativo, incluindo Rodrigo Pacheco. No entanto, o ex-presidente teria feito mudanças, eliminando essas prisões e deixando apenas a detenção de Moraes. Isso rendeu risos no plenário, em um leve momento de descontração.

Cid também destacou que o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, tinha “colocado as tropas à disposição” para auxiliar em um plano de ruptura institucional. O tenente-coronel afirmou que presenciou a trama golpista no governo, mas negou ter participado diretamente das ações que estão em julgamento. Cid ressaltou que o general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército no final do mandato de Bolsonaro, era contrário a qualquer tipo de golpe.

Dinheiro e o plano golpista

Outro ponto crucial de seu depoimento foi a revelação de que Cid recebeu dinheiro em espécie do general Braga Netto, em uma caixa de vinho no Palácio da Alvorada. Esse montante, segundo ele, era destinado ao major Rafael Martins de Oliveira, acusado de monitorar Moraes. Cid não soube especificar a origem do dinheiro, mas indicou que poderia estar vinculado ao agronegócio.

A expectativa de encontrar fraudes nas urnas

Cid ainda abordou a expectativa entre Bolsonaro e Braga Netto sobre a descoberta de fraudes nas urnas eletrônicas, o que poderia justificar uma intervenção das Forças Armadas na transição de governo. Essa expectativa refletia uma busca por legitimidade em ações golpistas, que não se concretizaram devido à inexistência de vulnerabilidades no sistema eleitoral.

Negação de pressão e apoio aos acampamentos golpistas

Em resposta a alegações de que teria sofrido pressão para prestar falsas declarações, Cid negou categoricamente tal afirmação, enfatizando que suas declarações foram espontâneas e não resultaram de coação. Por outro lado, ele confirmou que os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro, que pediam um golpe de estado, sempre contaram com o apoio tácito das Forças Armadas.

Momentos de descontração e ironia no tribunal

Durante os depoimentos, o clima não foi apenas de formalidade. O ministro Moraes proporcionou alguns momentos leves ao fazer piadas e interagir com os advogados presentes. Em uma ocasião, ao comentar a minuta golpista, Moraes brincou sobre a retirada de nomes, garantindo que outros réus “ganharam habeas corpus”, o que fez com que Bolsonaro risse no tribunal.

Essa mescla de revelações sérias e momentos de descontração marcaram o início dos depoimentos no STF relacionados à trama golpista. À medida que o processo avança, novos detalhes devem ser revelados, alimentando a atenção do público e a cobertura da mídia sobre o caso.

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