O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF) movimentou as redes sociais nesta semana. O conteúdo gerou um intenso embate entre apoiadores do governo atual e aliados do ex-mandatário, que disputam narrativas sobre o suposto envolvimento dele em uma tentativa de golpe de Estado. A situação ilustra bem a polarização política que continua a marcar o país.
Reações divididas nas redes sociais
De um lado, os governistas defendem a prisão de Bolsonaro e compartilham conteúdos que ironizam sua situação. Entre os mais destacados, está a publicação da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), conhecida por seus históricos confrontos com o ex-presidente. Em suas redes sociais, ela postou um meme que parodia rótulos de produtos alimentícios com a frase: “alto em chances de ser preso”. “Bolsonaro está no banco dos réus! Pronta para assistir à queda dos golpistas”, escreveu, evidenciando a forte oposição que o ex-presidente enfrenta.
Além disso, a bancada do PT na Câmara fez questão de demonstrar apoio a essa narrativa, compartilhando um vídeo onde deputados assistem à audiência em conjunto. O deputado Lindbergh Farias (RJ) foi enfático: “Esse cara que construiu a trama golpista será condenado e preso em alguns dias”, numa referência direta ao ex-presidente.
Aliados defendem a inocência de Bolsonaro
Por outro lado, filhos e aliados do ex-presidente publicaram mensagens de apoio, destacando sua inocência. O Partido Liberal (PL) emitiu uma nota reafirmando a confiança em Bolsonaro, enfatizando sua trajetória política e afirmando: “Nosso presidente Jair Bolsonaro nunca esteve sozinho. Chegou onde chegou pela fé, pela coragem e pelo apoio de milhões de brasileiros”. Essa defesa é importante para manter o moral entre os apoiadores durante esse período conturbado.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, também se manifestou, utilizando um tom similar: “Força, Presidente! O Brasil sabe quem o senhor é. Os que lutam pelo bem reconhecem sua inocência e enxergam a perseguição covarde que está em curso. Não vamos nos calar! 🇧🇷 #ForçaBolsonaro”. Essa retórica tem a intenção de galvanizar os apoiadores, mostrando que há uma batalha sendo travada não apenas nas instituições, mas também nas esferas sociais e políticas.
Seis réus e um depoimento polêmico
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conhecido como “03”, tem utilizado suas redes sociais para apresentar supostas provas da inocência de seu pai. Recentemente, ele destacou um relatório do Exército que indicava vulnerabilidades nas urnas eletrônicas, reiterando a narrativa que questiona a legitimidade do sistema eleitoral. Essa postura é refletida em várias de suas postagens, reforçando a ligação entre as acusações atuais e as alegações que circulam desde a derrota de 2022.
Eduardo também trouxe à tona, em inglês, um depoimento do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que, em audiência, afirmou que a chamada “minuta do golpe” não foi assinada por Bolsonaro. Essa estratégia visa alcançar um público mais amplo, talvez com a intenção de internacionalizar a narrativa de defesa do ex-presidente.
Conclusão: um clima de incerteza no Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro é o sexto réu da trama golpista a depor na 1ª Turma do STF, e enfrenta acusações de tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. A divisão das opiniões nas redes sociais e a mobilização dos apoiadores demonstram como a política brasileira ainda está profundamente marcada por polarizações, onde as narrativas e a retórica no espaço digital têm um impacto significativo nas percepções públicas e nas consequências políticas.
À medida que o caso avança, a expectativa é de que outros desdobramentos impactem ainda mais o cenário político, onde a batalha entre diferentes visões de governo e democracia continua a ser travada com fervor tanto nas redes sociais quanto nos tribunais.
