Em um emocionante momento que mistura amor pela música e esperança, Tatiane Barros, de 45 anos, deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde está internada há seis meses para assistir a um show de pagode no Parque da Cidade, em Brasília. A mulher, que enfrenta a porfiria, uma rara e desafiadora doença genética que afeta a produção de sangue, teve a oportunidade de celebrar a vida ao lado de amigos e familiares.
A jornada de Tatiane na batalha contra a doença
Tatiane, uma coordenadora de Recursos Humanos, foi diagnosticada com porfiria que resulta em paralisia muscular. Desde dezembro do ano passado, ela se encontra internada em um hospital particular do Distrito Federal, onde sua condição exigiu cuidados rigorosos. Apesar dos desafios, a determinação e a vontade de viver de Tatiane sempre foram evidente. Em abril, ela celebrou seu aniversário com uma banda que tocou no jardim do hospital, mas o desejo de ver um show ao ar livre a acompanhava há meses.
Um sonho realizado com apoio médico
Com a autorização do médico Antônio Aurélio Fagundes, coordenador da UTI do hospital DF Star, a equipe de saúde preparou todos os cuidados necessários para garantir a segurança de Tatiane durante o evento. “Ela sempre disse que amava pagode. Cada momento foi cuidadosamente planejado, incluindo uma ambulância e suporte médico no evento para que ela pudesse participar com segurança”, explicou o médico.
A decisão de levar Tatiane ao show foi um momento que emocionou não apenas a equipe presente, mas também os músicos do grupo Benzadeus, que se sentiram tocados pela energia e alegria que emanavam dela durante a apresentação. O espaço estava adaptado para que Tatiane pudesse viver a experiência ao máximo, e os aplausos e a música provavelmente ecoaram em seu coração mais do que em qualquer outro lugar.
A força da música como forma de terapia
Luana Karina Olivato, a melhor amiga de Tatiane, acompanhou o evento e descreveu a experiência como transformadora. Para elas, as saídas para dançar pagode eram um ritual semanal que oferecia um espaço de alegria e descontração. “Assim que ela chegou, parecia em êxtase e não parava de cantar. Esse foi um momento de renovação não só para ela, mas para todos nós, especialmente para a equipe do hospital”, contou Luana.
O médico Fagundes ressaltou a importância de momentos assim para pacientes em tratamento intensivo. “Essas experiências têm um impacto psicológico muito forte. Elas ajudam os pacientes a se manterem motivados e a lutarem por suas vidas”, observou.
Esperança e amor à vida
Tatiane perdeu a mobilidade de quase todos os músculos, mas sua mente permanece aguçada e repleta de esperanças. “Ela está ciente de sua condição e demonstra uma enorme vontade de viver. Cuidar das emoções e proporcionar alegria a pacientes como Tatiane é essencial para a sua recuperação”, explicou o médico.
O show não foi apenas um momento de lazer, mas uma evidência do poder da música na recuperação emocional e física de um paciente. “A proposta é sempre acrescentar vida a quem está lutando para continuar vivendo”, finalizou Fagundes.
Essas iniciativas, que vão além do tratamento convencional, mostram como a humanização no atendimento pode trazer grandes benefícios e transformar a experiência de pacientes e profissionais da saúde. Todo o evento aconteceu de forma organizada, e foi um verdadeiro testemunho de resiliência diante das dificuldades que a vida nos impõe.
Em tempos de incerteza e desafios, histórias como a de Tatiane lembram a todos nós que a alegria e a esperança podem florescer, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Que cada dia possa ser uma nova oportunidade de celebrar a vida, a música e o amor.