Brasil, 11 de junho de 2025
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Contradições nas declarações de Mauro Cid sobre visita a Anderson Torres

Registros oficiais revelam uma discrepância nas declarações de Mauro Cid sobre suas interações com Anderson Torres no Alvorada.

A recente investigação sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil trouxe à tona documentos que podem contradizer as declarações do tenente-coronel Mauro Cid, interrogado no Supremo Tribunal Federal (STF) como réu em uma suposta trama golpista. Durante seu depoimento, Cid afirmou lembrar-se de ter visto Anderson Torres, ex-ministro e também réu, apenas uma vez no Palácio da Alvorada após as eleições. No entanto, dados oficiais indicam 20 entradas de Torres no local, em 18 dias diferentes, levantando questionamentos sobre a veracidade das declarações do tenente-coronel.

Discrepâncias nos registros de entrada

Os registros, que foram apresentados pela Polícia Federal (PF) na investigação, revelam uma série de entradas de Torres, em contraste claro com a lembrança de Cid. De acordo com os dados, Anderson Torres visitou o Alvorada em diversas ocasiões, e Cid também esteve presente nesses encontros em pelo menos 11 oportunidades. Durante o seu depoimento, Cid foi questionado pelo ministro Alexandre de Moraes se Torres havia participado de reuniões em que o ex-presidente Jair Bolsonaro discutiu estratégias para contestar o resultado eleitoral. Cid, no entanto, limitou a lembrança dele a apenas uma ou duas visitas, negando a ocorrência de reuniões.

Os registros de Cid e Torres

A análise dos dados mostra que, embora Cid tenha alegado a frequência limitada de Torres ao Alvorada, ele mesmo aparece entre os visitantes mais constantes do local. Com 53 registros de entrada, Cid é o segundo mais freqüente, atrás apenas do ex-ministro Walter Braga Netto. Torres, por sua vez, é o ministro que mais havia frequentado o Palácio da Alvorada, contabilizando um total de 21 visitas — das quais uma está duplicada em registros.

Os dados abrangem o período de 1º de novembro de 2022, após o segundo turno das eleições, até 27 de dezembro de 2022, próximo à saída de Bolsonaro do país. Além disso, os registros revelam que os maiores intervalos de permanência de Cid e Torres no Alvorada ocorreram no início e no final desse período, com durações significativas de cinco horas e meia e quatro horas, respectivamente.

Possíveis implicações das declarações

As declarações de Cid e os registros da entrada e saída levantam questões sobre a autenticidade das informações fornecidas ao STF e o envolvimento de Cid em atividades que possam ser interpretadas como parte de um plano mais amplo para reverter o resultado das eleições. O fato de que Torres foi o ministro que mais esteve presente no Alvorada durante um período crítico coloca em dúvida a narrativa apresentada por Cid, intensificando o escrutínio sobre os eventos que cercam a administração Bolsonaro e suas tentativas de contestar o resultado das eleições de 2022.

As investigações continuam, e com isso, surgem novos elementos que podem alterar a compreensão do que ocorreu dentro do Palácio da Alvorada durante esse período tumultuado da política brasileira. A atenção da mídia e do público se volta agora para as possíveis repercussões dessas informações, tanto legalmente para os envolvidos quanto para a imagem do governo Bolsonaro frente à sociedade.

À medida que as investigações avançam, o cenário político no Brasil permanece dinâmico e repleto de incertezas, refletindo um período em que acertos de contas políticos e jurídicos se entrelaçam em meio a um clima de polarização intensa.

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