Sly Stone, cantor, compositor e fundador da banda Sly and the Family Stone, morreu nesta segunda-feira (9), aos 82 anos, nos Estados Unidos. Considerado um dos maiores nomes da música americana, o artista redefiniu os rumos do funk, pop e rock nas décadas de 1960 e 1970 com sua sonoridade inovadora e postura vanguardista.
A morte de Sly Stone
Segundo um comunicado oficial da família, o músico faleceu “pacificamente, cercado por seus três filhos, seu melhor amigo e sua família estendida”, após uma longa batalha contra a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e outras complicações de saúde. O luto foi compartilhado pela própria família em nota à imprensa, onde afirmaram: “É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento do nosso querido pai, Sly Stone, do Sly and the Family Stone. Embora lamentemos sua ausência, nos consolamos em saber que seu extraordinário legado musical continuará a ressoar e inspirar as gerações futuras”.
Um ícone da contracultura
Sly liderou uma das bandas mais influentes de sua época, conhecida por sua formação diversa em gênero e etnia, uma raridade nos anos 60. A banda Sly and the Family Stone foi um dos principais representantes da contracultura norte-americana, mesclando funk, soul e rock de forma inovadora. Álbums como A Whole New Thing e There’s a Riot Goin’ On não apenas moldaram o som da época, mas também ajudaram a refletir as tensões sociais e políticas que definiam o contexto histórico americano.
Sucessos que marcaram gerações
Entre os sucessos imortalizados pelo grupo estão “Everyday People” e “Dance to the Music”. Essas músicas não apenas dominavam as paradas de sucesso, mas também se tornaram hinos de uma geração em busca de mudanças sociais e direitos civis. O impacto de sua obra foi reconhecido oficialmente em 1993, quando Stone foi introduzido no Hall da Fama do Rock, um feito que consolidou sua importância na história da música.
Desafios pessoais e legado duradouro
Apesar do sucesso meteórico, a vida de Sly também foi marcada por reclusão, dificuldades financeiras e episódios de instabilidade emocional. Em um momento delicado, chegou a morar em uma van em Los Angeles, mesmo após uma disputa judicial que lhe rendeu, temporariamente, US$ 5 milhões em royalties. Essas dificuldades pessoais muitas vezes eclipsavam sua brilhante carreira e deixaram uma marca indelével em sua trajetória.
Em 2025, sua trajetória virou tema do documentário Sly Lives!, dirigido pelo músico Questlove. O filme retratou a genialidade e os desafios enfrentados pelo artista, trazendo à luz aspectos pouco conhecidos de sua vida e sua luta com a fama e os problemas pessoais.
Reconhecimento e influência
No comunicado oficial sobre sua morte, a família mencionou: “Sly foi uma figura monumental, um inovador revolucionário e um verdadeiro pioneiro que redefiniu o panorama da música pop, do funk e do rock”. Este tributo destaca não apenas seu impacto na música, mas também sua influência cultural que perdura até hoje.
O legado de Sly Stone e sua música continuará a ressoar por meio de suas gravações e pela inspiração que ele deixou para futuras gerações de artistas. Com uma carreira repleta de inovações e uma discografia que é um testemunho de sua visão criativa, Sly Stone será sempre lembrado como um dos grandes ícones da música americana.
Com a partida de Sly, o mundo perde não apenas um talento excepcional, mas também um artista que soube usar sua arte para questionar e desafiar as normas de sua época. A música que ele criou com Sly and the Family Stone permanecerá viva, tocando corações e inspirando mudanças.
