Brasil, 9 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Pressão crescente sobre Lula para rompimento com Israel

A pressão sobre o governo Lula para adotar uma postura firme contra Israel cresce à medida que o conflito na Faixa de Gaza persiste.

O conflito na Faixa de Gaza já se arrasta por quase dois anos, e a escalada da violência começa a refletir nas relações diplomáticas do Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta crescente pressão, inclusive de membros de seu próprio partido, para que o Brasil adote uma posição mais contundente contra o governo de Israel.

Um cenário de tensão nas relações Brasil-Israel

A relação entre Brasil e Israel tem sido marcada por momentos de tensão desde que Lula reassumiu a presidência. Israel, por um lado, acusa o governo brasileiro de ter posturas pró-Hamas, enquanto Lula critíca a atuação israelense na Faixa de Gaza, onde mais de 50 mil pessoas perderam a vida.

O ponto culminante dessa crise se deu em fevereiro de 2024, quando Lula comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, gerando intensa repercussão internacional e resultando na declaração de Lula como persona non grata em Israel. Em retaliação, o presidente brasileiro retirou o embaixador do Brasil em Tel Aviv, enfraquecendo ainda mais as relações diplomáticas entre os dois países.

Pressões internas: ativistas e parlamentares se mobilizam

Diante da situação crítica, Lula recebeu uma carta de 12 mil brasileiros, entre políticos, personalidades e ativistas, solicitando que o governo sancione Israel, o que incluiria uma interrupção nas relações diplomáticas. Organizado pelo movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), o documento pede não apenas o fim das relações diplomáticas e comerciais, mas também um embargo militar contra Israel.

“Lula escalou as declarações contra Israel. O governo brasileiro cancelou uma licitação com uma empresa israelense sobre a compra de veículos blindados. Estamos sem embaixador em Israel há mais de um ano. O acúmulo de decisões assim conta”, afirmou Ualid Hussein Ali Mohd Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina (Fepal).

O papel do PT e a busca por uma resposta mais rigorosa

Dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), há um anseio crescente por uma postura mais firme em relação ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Apesar disso, muitos parlamentares reconhecem a complexidade de romper relações diplomáticas com Israel, que tem laços históricos sólidos com o Brasil.

Uma das medidas propostas inclui a suspensão da venda de armas e munições para Israel. De acordo com dados do portal de estatísticas do comércio externo do Brasil (Comexstat), as exportações brasileiras a Israel foram de US$ 725,1 milhões em 2024, dos quais US$ 1,37 milhão correspondem a armamentos.

O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) defende o isolamento do governo israelense, assemelhando a situação atual à luta contra o apartheid na África do Sul. Ele enfatiza que ações concretas, como a interrupção de exportações estratégicas, podem ser eficazes na pressão internacional.

“Não é uma questão ideológica, é humanitária”

O deputado Rogério Correia (PT-MG) acrescenta que o Brasil deve considerar cortar suas relações com Israel, argumentando que a situação na Faixa de Gaza é de uma gravidade tal que não pode ser ignorada. Arlindo Chinaglia (PT-SP) também apoia a ideia de uma pressão internacional, mas destaca as dificuldades associadas a tal ruptura, dado o histórico de relações entre Brasil e Israel.

Reunião internacional sobre a Palestina

Recentemente, a Espanha sediou uma reunião entre representantes de 20 países para discutir a criação de um Estado palestino. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, fez duras críticas ao que chamou de “massacre” em Gaza, reforçando a necessidade de respostas globais diante das atrocidades ocorrendo na região.

Isso coincide com a proposta do ministro da Espanha, José Manuel Albares, de implementação de um embargo à venda de armas para Israel, visando pressionar o governo israelense a interromper os ataques.

Assim, em meio a um cenário internacional repleto de conflitos e desigualdades, a pressão por uma ação decisiva do Brasil em relação a Israel e à situação dos palestinos se intensifica, desafiando Lula e seu governo a refletirem sobre seu papel no cenário global.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes