Brasil, 9 de junho de 2025
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Policial civil é preso após disparo durante protesto no Rio

Agente foi detido após manisfestações pela morte de jovem em ação policial.

Um episódio perturbador envolvendo a Polícia Civil do Rio de Janeiro foi registrado durante um protesto no Morro Santo Amaro, na zona sul da cidade. Um policial civil foi preso após disparar sua arma durante as manifestações realizadas em memória do jovem Herus Guimarães Mendes, de 23 anos, que foi baleado em uma ação policial em uma festa junina pouco antes do protesto.

Contexto do protesto

O protesto ocorreu no último domingo, 8 de junho, em resposta à morte de Herus, que foi atingido por tiros em uma festa junina na última sexta-feira, 6 de junho. A comunidade se mobilizou para exigir justiça e cobrar mais transparência e responsabilidade das autoridades. A movimentação popular, que reuniu moradores e ativistas, visava também chamar a atenção para a violência policial e os impactos trágicos que ações descontroladas têm nas vidas dos cidadãos.

Prisão do policial

A Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) informou em nota que o policial, que estava fora de serviço no momento do incidente, foi detido em flagrante por disparo de arma de fogo. A instituição ressaltou que um processo administrativo disciplinar (PAD) foi aberto para investigar a conduta do agente. “A Polícia Civil reforça que não compactua com quaisquer desvios de conduta, cometimento de crimes ou de abuso de autoridade praticados por seus servidores”, declarou a corporação.

A operação que resultou na morte de Herus

A trágica morte de Herus ocorreu durante uma operação realizada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) em Santo Amaro, na noite da festa junina. O jovem foi baleado no abdômen e, apesar de ter sido socorrido, não resistiu aos ferimentos. Além dele, cinco outras pessoas ficaram feridas durante a ação, que não envolvia suspeitos armados. Avisos de que a festa ocorria sem a presença de ilegalidades foram desconsiderados.

Consequências imediatas

Após o incidente, o governador Cláudio Castro determinou o afastamento dos comandantes do Bope, coronel Aristheu Lopes, e do Comando de Operações Especiais (COE), coronel André Luiz de Souza Batista, além de outros 12 policiais envolvidos na operação. Em relação às armas utilizadas, a Polícia Civil apreendeu todo o material para realização de análises e perícias. Um scanner 3D foi empregado na investigação, possibilitando um levantamento detalhado do local da ação.

Investigação e repercussão

O Ministério Público do Rio também iniciou uma perícia independente para esclarecer os fatos. “A instituição reafirma o compromisso de exercer o controle externo da atividade policial, a apuração dos fatos e a responsabilização de quem de direito”, afirmou o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira. Por sua vez, a Defensoria Pública do Estado do Rio, através do seu Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, classificou o episódio como “triste e inaceitável”.

Tratamento da questão da segurança pública

A Secretaria de Polícia Militar esclareceu que a operação que resultou na morte de Herus foi originada por informações sobre um possível ataque de facções rivais na comunidade. Historicamente, Santo Amaro é uma área complexa, sendo vizinha ao quartel do Bope e conhecida por não ter tráfico visível. Os agentes relataram que foram recebidos a tiros e, em um momento inicial, não revidaram, mas um confronto ocorreu posteriormente, resultando na fatalidade.

Esse evento trágico e as subsequentes reações da comunidade expõem a fragilidade do estado em lidar com questões de segurança pública no Brasil, onde frequentemente morrem cidadãos em operações policiais. A luta por justiça e mudanças na abordagem de segurança é essencial para que episódios assim não se repitam.

Com a repercussão do caso, a sociedade brasileira se vê novamente diante da necessidade premente de discutir a relação entre a polícia e a comunidade, e como garantir que a segurança não venha à custa da vida de inocentes.

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