A celebração de Pentecostes, considerada a grande festa católica em Manaus, atraiu neste ano mais de 70 mil pessoas, segundo estimativa do Corpo de Bombeiros do Estado do Amazonas. Desde 1998, essa festividade tem ocorrido no Sambódromo da cidade, reunindo fiéis de diversas comunidades, áreas missionárias, paróquias, pastorais e movimentos. Sob o tema “No Espírito Santo, Peregrinos de Esperança”, o evento deste ano teve um tom especial, marcado pela presença da juventude e pela convocação para a Assembleia Sinodal da arquidiocese, que acontecerá de 5 a 8 de dezembro com a participação de 450 jovens e 60 adultos.
A procissão e o papel da juventude
O evento começou com uma longa procissão de entrada, sendo notável a presença dos jovens, que têm um papel de destaque durante as celebrações na Arquidiocese de Manaus. O arcebispo convidou-os para refletir sobre os novos caminhos que a Igreja deve percorrer, em consonância com a escolha do cardeal Leonardo Ulrich Steiner de promover um Sínodo voltado para a juventude. Essa convocação busca discutir como a Igreja pode agir de forma mais sinodal e profética, especialmente na região amazônica.
Presença do arcebispo e de bispos auxiliares
A celebração foi presidida pelo cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, que estava acompanhado de bispos auxiliares e eméritos, como dom Zenildo Lima, dom Hudson Ribeiro, dom Samuel Ferreira de Lima, além de dom Mário Pasqualotto e dom Luiz Soares Vieira. O cardeal expressou sua alegria pela presença dos bispos eméritos, sendo saudado com aplausos calorosos pelo público. “É bonito celebrarmos juntos Pentecostes e louvar a Deus pelo Espírito Santo que recebemos”, disse ele, ressaltando a importância do Espírito Santo na vida da Igreja e das comunidades.
Peregrinos de esperança: o significado do Espírito Santo
Em sua homilia, o cardeal Steiner enfatizou como o Espírito Santo é essencial para a Igreja e todos os cristãos. Ele recordou que Jesus enviou o Espírito, que cada um dos fiéis recebe no Batismo e na Crisma. Ressaltou ainda a quantidade de adultos que recentemente se crismaram na Arquidiocese, considerando esse gesto como uma descoberta da beleza do Espírito Santo. O cardeal reforçou que somos todos “peregrinos de esperança”, inspirados pelo sopro do Espírito que nos anima a viver nossa missão de forma renovada.
O arcebispo lembrou as palavras do Papa Francisco sobre o Pentecostes, mencionando que “o vento era forte, mas não destruidor”, sinalizando que a força do Espírito Santo é aquela que nos guia e nos ilumina, mas que também é suave e respeita nosso livre arbítrio. A ideia é que à medida em que nos tornamos mais sensíveis à sua presença, conseguimos discernir melhor o caminho a seguir na vida.
O chamado à ação e à esperança
O cardeal Steiner ainda lembrou que quando o Espírito Santo atua em nós, somos chamados a anunciar um mundo novo, um mundo ressuscitado, e não mais de morte ou pecado. Ele enfatizou a necessidade de estarmos prontos para testemunhar a ressurreição de Jesus, afirmando que a mensagem do Espírito precisa alcançar os mais pobres e injustiçados. “O Espírito nos envia ao encontro dos pequenos, dos pobres, aqueles que ninguém quer,” afirmou.
Ministérios e a diversidade espiritual
Continuando sua reflexão, o cardeal destacou que os ministérios da Igreja são também sopros do Espírito e que eles não pertencem apenas aos ministros ordenados, mas são um chamado coletivo à serviço da Igreja. Ele pediu que todos os presentes se abrissem à graça do Espírito Santo, reafirmando que cada ministério deve ser exercido com gratidão e responsabilidade.
Por fim, o arcebispo conclamou todos a viverem Pentecostes como uma celebração de esperança contínua, incentivando os fiéis a se tornarem testemunhas do sopro do Espírito e propagadores da esperança de uma nova vida em comunidade. A festa não é somente um evento anual, mas sim um chamado contínuo para todos viverem na missão do amor e compaixão, guiados pela luz do Espírito Santo.
A festividade de Pentecostes em Manaus se reafirma assim não só como uma celebração religiosa, mas como um importante momento de renovação espiritual e compromisso social, reiterando que a esperança é a força que nos move em direção a um futuro melhor.
