No contexto do Jubileu da Santa Sé, celebrado no dia 9 de junho de 2025, o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, ressaltou a função fundamental dos núncios apostólicos como “ponte” entre o Sucessor de Pedro e as comunidades locais, além de sua atuação como mediadores em diálogos que buscam promover a paz e a justiça. Em entrevista, ele destaca a importância desse papel em um mundo marcado por tensões e conflitos.
O significado do Jubileu da Santa Sé
O Jubileu oferece um momento ímpar para os representantes da Santa Sé refletirem sobre seu papel na construção de um mundo mais justo e pacífico. Para Parolin, essa celebração é uma oportunidade de reunir os núncios apostólicos e reforçar a unidade da Igreja, que, embora espalhada pelo mundo, se une em torno do Papa em Roma. “Esse reencontro nos lembra da interconexão entre a dimensão local e universal da Igreja. Os núncios são, portanto, agentes cruciais para garantir a continuidade das relações entre as Igrejas locais e a Sé Apostólica”, explicou.
As funções diplomáticas dos núncios apostólicos
Os núncios apostólicos desempenham um papel diplomático significativo, sendo representantes diretos do Papa junto a governos e instituições. Eles atuam em diálogos com autoridades civis, promovendo a paz e a justiça, mas sempre embasados por uma visão evangélica. Parolin enfatiza que o papel do núncio não deve se limitar a uma função meramente institucional. “Ele é, antes de tudo, um membro da Igreja, um pastor que se preocupa com os bispos, sacerdotes e comunidades que atende”, afirmou.
Um homem da Igreja e da paz
A essência do trabalho dos núncios apostólicos é, segundo Parolin, a capacidade de se tornarem semeadores de paz. Essa missão se torna ainda mais complexa em um mundo onde a violência e o ódio parecem em ascensão. “Em tempos difíceis, é crucial que os representantes da Igreja mantenham a esperança e a humildade, sabendo que suas ações podem contribuir para grandes mudanças”, disse o cardeal.
Qualidades essenciais para núncios apostólicos
Durante sua fala, Parolin listou as qualidades mais importantes que um núncio deve cultivar. A humildade é a primeira delas, pois permite que o representante “faça-se pequeno” diante das grandes responsabilidades que possui. Juntamente com a humildade, destaca a importância do zelo evangélico e da reconciliação. “Os desafios que enfrentamos exigem que esteja disposto a dialogar e a promover a cooperação internacional, sempre visando a paz”, reforçou.
Formação dos jovens sacerdotes em um mundo em transformação
A formação contínua dos jovens sacerdotes, que são preparados para a diplomacia da Santa Sé na Pontifícia Academia Eclesiástica, é essencial para que eles possam enfrentar os desafios contemporâneos. Parolin mencionou as recentes reformas implementadas na academia, que buscam alinhar o currículo com as complexidades do mundo atual. O objetivo é que esses futuros diplomatas sejam profissionais competentes, mas também profundamente inspirados pelo ensinamento evangélico, tornando-se verdadeiros construtores de paz.
Com isso, a Santa Sé reafirma seu compromisso com uma diplomacia que não apenas questiona as instâncias de poder, mas que se coloca como uma voz para aqueles que não têm. Dentro deste contexto, o núncio apostólico não é apenas um representante do Papa, mas um verdadeiro defensor da dignidade humana e da justiça social.
O trabalho dos núncios apostólicos, sob a liderança de Parolin, continua a ser uma luz orientadora em tempos de escuridão e divisão. Ao se empenhar na mediação e diálogo, eles ajudam a construir relações mútuas respeitosas e solidárias entre os povos, promovendo a esperança de um futuro melhor.