Brasil, 9 de junho de 2025
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Mauro Cid descreve crise psicológica durante delação premiada

Ex-ajudante de Jair Bolsonaro, Mauro Cid narra dificuldades emocionais e nega coação em delação premiada.

Em um testemunho delicado e revelador, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, comentou sobre seu estado psicológico vulnerável durante o processo de delação premiada. Ouvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Cid reconheceu que gravou áudios onde critica a própria delação em um momento de grande fragilidade emocional. O impacto da situação pessoal e familiar, somado à pressão da mídia, influenciou diretamente sua decisão de se abrir com amigos.

Crise pessoal e os áudios vazados

Cid relatou que os áudios, que foram divulgados sem seu consentimento, refletem um desabafo sobre um “momento difícil” que sua família estava enfrentando. Ele destacou a angústia provocada por vazamentos de mensagens pessoais, incluindo áudios de sua filha. “Eu vendo minha carreira militar, vida financeira acabada. O que gerou uma crise pessoal psicológica muito grande”, comentou Cid, revelando que o desespero o levou a criticar indiscriminadamente diversas figuras, sem intenção acusatória.

“Foi um vazamento de áudios, sem consentimento. Tinha um desabafo de um momento difícil que eu e minha família estávamos passando”, afirmou Cid em sua declaração.

O ex-ajudante de ordens afirmou que não houve pressão por parte da Polícia Federal (PF) durante a investigação. Ao invés disso, ele percebeu que tinha uma visão distinta dos fatos em relação à linha investigativa seguida pelos agentes. “Nesses áudios, críticos generais, políticos. Saí atirando para tudo quanto é lado. Foi mais um desabafar aquele momento ruim”, explicou ele.

Um contexto de investigações e interrogatório no STF

O interrogatório de Mauro Cid ocorreu no âmbito da ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe visando manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, gerenciou as oitivas que começaram a ser conduzidas na tarde desta segunda-feira (9/6). Neste contexto, Bolsonaro e seis outros réus foram convocados a esclarecer suas posições sobre as acusações em um ambiente que promete ser de intensa pressão.

Cid negou qualquer tipo de coerção para firmar sua delação premiada, esclarecendo que aceitou todos os termos do acordo “de forma tranquila e consciente”. Contudo, a repercussão de seus áudios traz à tona questões sobre a lealdade e a posição dos envolvidos no cenário político conturbado, onde revelações e desabafos podem ter consequências profundas.

Uma reflexão sobre a delação premiada

A delação premiada, embora vista por muitos como uma ferramenta potente na luta contra a corrupção, gera também dilemas éticos e emocionais para os delatores. O caso de Mauro Cid exemplifica como a pressão do ambiente investigativo e a exposição pública podem afetar não apenas a carreira de um indivíduo, mas também sua saúde mental e dinâmica familiar. As consequências da delação de Cid, nas suas próprias palavras, vão além do contexto jurídico, tendo um impacto direto em sua vida pessoal e emocional.

Enquanto as investigações no STF prosseguem, é crucial observar as consequências que os depoimentos e desabafos de figuras políticas têm não apenas na esfera pública, mas também na vida particular, fragmentada pelas revelações que emergem de um contexto tumultuado. O futuro de Cid e seu papel na elucidação dos eventos que cercam a tentativa de golpe ainda estão por vir, e o impacto de sua experiência pode fornecer um novo entendimento das complexidades humanas em jogos de poder.

Em meio a este cenário, Mauro Cid se estabelece como uma figura simbolizando tanto a fragilidade da condição humana quanto as intricadas dinâmicas do embate político brasileiro. À medida que novos detalhes surgem, a sociedade brasileira continua a se deparar com os desafios de um passado recente e as repercussões que ecoam para o futuro.

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