Brasil, 9 de junho de 2025
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Interrogatórios de réus na trama golpista começam no STF

STF inicia hoje os interrogatórios dos réus envolvidos na ação penal sobre tentativa de golpe após eleições de 2022.

O Supremo Tribunal Federal (STF) dá início nesta segunda-feira (9/6) aos interrogatórios dos réus na ação penal que investiga uma suposta trama golpista para reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022, que teve Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vencedor. Entre os acusados, está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados, que compõem o núcleo central da investigação, conforme a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Detalhes dos interrogatórios

Os interrogatórios se estenderão até sexta-feira (13/6) e todos os réus devem comparecer à Primeira Turma do STF para responder às perguntas tanto da PGR quanto dos ministros. A única exceção é o general Walter Souza Braga Netto, que se encontra preso no Rio de Janeiro e prestará depoimento por videoconferência.

O primeiro a ser interrogado será o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que é também o delator do caso. Os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética, o que determinará a disposição deles na sala de audiência. Desta forma, eles ficarão posicionados lado a lado, de frente para os ministros que farão as perguntas.

Esta disposição é uma mudança na configuração habitual da Primeira Turma, visando melhor aproveitamento do espaço e organização durante os depoimentos. Todos os réus foram intimados a comparecer em todos os dias de oitivas.

Ordem de interrogatório e horários

A dinâmica dos interrogatórios será delineada da seguinte forma: ao chamado, o réu se levantará da primeira fila, sentará-se ao lado do advogado diante dos ministros, prestará seu depoimento e, ao final, voltará ao seu lugar de origem. É importante destacar que, embora todos os réus tenham sido convocados, eles poderão optar por permanecer em silêncio durante as perguntas.

O calendário dos interrogatórios é o seguinte:

  • 9/6: começa às 14h, com o delator Mauro Cid;
  • 10/6: das 9h às 20h;
  • 11/6: das 8h às 10h;
  • 12/6: das 9h às 13h; e
  • 13/6: das 9h às 20h.

Réus e crimes imputados

Os principais réus envolvidos no caso incluem:

  • Mauro Cid, delator do esquema e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

A denúncia aceita pela PGR imputou a eles crimes como:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

A Primeira Turma, que está analisando o caso, é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O desdobramento dessa ação penal é crucial para a política brasileira, pois pode impactar significativamente a reputação de figuras proeminentes do governo anterior e a estabilidade política do atual governo.

O desfecho desses interrogatórios e suas repercussões na opinião pública e no cenário político são esperados com grande atenção tanto pela sociedade quanto por analistas políticos.

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