Os olhos do Brasil estão voltados para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde a nova fase do julgamento relacionada ao núcleo crucial da trama golpista se inicia nesta segunda-feira, dia 9 de junho. A audiência será marcada pelo depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, que são acusados de envolvimento em planos de perturbação da ordem democrática. A expectativa é alta, já que a contribuição dos depoimentos pode influenciar o futuro político e judicial dos réus.
Detalhes sobre os interrogatórios
Os interrogatórios ocorrerão de forma presencial na Corte, com exceção de Walter Braga Netto, que terá seu depoimento realizado por videoconferência devido à sua prisão preventiva desde dezembro no Rio de Janeiro. As audiências começam às 14h e serão transmitidas ao vivo pela TV Justiça e pelo canal oficial do YouTube do STF. Caso não consigam encerrar todos os depoimentos no primeiro dia, outras quatro sessões estão agendadas para os dias 10 a 13 de junho.
A ordem dos depoimentos terá início com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que foi escolhido por ser colaborador através de um acordo de delação premiada. Em seguida, serão ouvidos os demais réus em ordem alfabética, incluindo nomes importantes como Alexandre Ramagem, ex-diretor da ABIN, e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça. Segue a lista dos convocados:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da ABIN e deputado federal;
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
- Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.
Adicionalmente, o PT foi autorizado pelo STF a transmitir ao vivo as audiências através de seu canal oficial, a TvPT, ampliando a cobertura e o escrutínio público sobre essas importantes audiências.
Entenda as etapas do julgamento
A Primeira Turma do STF aceitou, em março, uma denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que instaurou o processo penal em relação a Bolsonaro e outras sete pessoas. O caso gira em torno de alegações de um plano golpista que teria como objetivo atacar as instituições democráticas do país.
A fase de depoimentos é essencial, uma vez que já foram ouvidas importantes testemunhas nos últimos meses, como os ex-comandantes das Forças Armadas e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão. O desfecho desse processo poderá levar a decisões críticas quanto à punição ou absolvição dos réus.
Após a conclusão dos interrogatórios, o ministro Alexandre de Moraes estabelecerá um novo prazo para que tanto a acusação quanto as defesas possam apresentar suas alegações finais. Essa fase é crucial, pois representa o último momento de argumentação antes da decisão final do tribunal, o que pode incluir a leitura do relatório do ministro e seus votos.
O desdobramento deste caso é inevitavelmente um dos mais esperados pelos cidadãos, que acompanham atentamente as movimentações políticas e jurídicas que estão sendo realizadas atualmente. Com a transmissão ao vivo das audiências, o STF busca aumentar a transparência do processo, permitindo que a população brasileira tenha acesso às informações em tempo real.
À medida que os interrogatórios se desenrolam nesta semana, a cena política brasileira continua a ser marcada pela expectativa e pelo senso coletivo de justiça, que influenciará não apenas o futuro dos acusados, mas também a confiança da população nas instituições democraticamente eleitas.
