A mais recente controvérsia envolvendo Elon Musk surgiu quando foi revelado que um terminal Starlink, serviço de Wi-Fi por satélite de sua empresa SpaceX, foi instalado de forma secreta no telhado da Casa Branca. Essa ação, realizada por seus “goons” no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), possibilitou a transmissão de uma grande quantidade de dados sem detecção, segundo um novo relatório.
Detalhes da instalação e suas implicações
O terminal foi instalado em meados de março, com a aprovação da administração de Donald Trump. No entanto, a medida foi tomada apesar das preocupações levantadas por oficiais de segurança que alertaram sobre os riscos potenciais associados a tal instalação. De acordo com o Washington Post, os oficiais encarregados da proteção das comunicações da Casa Branca não foram informados sobre a instalação previamente, o que gerou apreensão entre os especialistas em segurança.
Na ocasião, o DOGE afirmou que a instalação do Starlink foi uma tentativa de resolver as “zonas mortas” de conexão no complexo da Casa Branca. No entanto, fontes internas sugeriram que o verdadeiro objetivo dessa medida era contornar os sistemas de rastreamento de dados da própria Casa Branca, que registram informações com nomes e timestamps. A instalação do Starlink, portanto, abriu uma brecha que poderia facilitar a fuga de informações sensíveis, além de expor a Casa Branca a possíveis espionagens externas.
Terminal Starlink no telhado da Casa Branca. / Andrew Harnik / Getty Images
Preocupações de segurança e reações oficiais
Um insider próximo ao caso declarou ao Post: “O Starlink não requer nada. Ele permite que você transmita dados sem qualquer tipo de registro ou rastreamento.” Ele ainda acrescentou que os sistemas de TI da Casa Branca possuíam controles rigorosos de acesso à rede, afirmando que, sem a conexão a uma VPN adequada, dispositivos emitidos pela Casa Branca não poderiam acessar o exterior.
Essa situação levanta preocupações sérias sobre a segurança cibernética e a vulnerabilidade dos dados governamentais. A emissão de dados através do Starlink poderia possibilitar que dispositivos da Casa Branca saíssem da rede segura e se conectassem a outras fontes de informação, tornando-os suscetíveis a exploração maliciosa.
A Casa Branca não respondeu imediatamente ao pedido de comentário do Daily Beast. Contudo, o porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielmi, afirmou ao Post que estavam cientes da intenção do DOGE de melhorar o acesso à internet no campus e não consideravam a instalação uma violação de segurança.
Histórico de controvérsias envolvendo Musk e o DOGE
Antes de sua saída do governo e da deterioração de sua relação com Trump, Musk enfrentou críticas por acessar bases de dados governamentais sensíveis, incluindo o sistema de Previdência Social, o que provocou preocupações sustanciais por parte de críticos e especialistas em segurança.
Um mês antes, um denunciante do Conselho Nacional de Relações Trabalhistas acusou o departamento liderado por Musk de uma “violação significativa de segurança cibernética”, relatando transferências de dados anormalmente grandes e tentativas de acesso não autorizado provenientes da Rússia.
Musk e seus assistentes durante polêmicas de acesso a dados governamentais. / Kevin Lamarque/Reuters
Embora o governo Trump tenha apoiado Musk contra as críticas enquanto ele buscava cortes de postos e orçamentos, a relação entre os dois se deteriorou, resultando em um racha repleto de críticas mútuas. Enquanto a batalha entre esses dois bilionários continua, os visitantes da Casa Branca ainda podem ver uma opção chamada “Starlink Guest” em seus dispositivos móveis.