Na última segunda-feira (9), a audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid revigorou a imagem do ministro Luiz Fux entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Fux, conhecido por sua postura firme e imparcial, esteve no centro das discussões após Cid prestar depoimento no inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe no Brasil após as eleições de 2022.
A reação nas redes sociais
Imediatamente após a audiência, trechos da atuação de Fux começaram a circular nas redes sociais, especialmente entre os apoiadores de Bolsonaro. Muitos interpretaram as perguntas e observações do ministro como evidências que poderiam reafirmar a inocência do ex-presidente. Essa nova salvação política levou a uma onda de exaltação a Fux, com alguns bolsonaristas revisitando a notória frase “In Fux We Trust”, que surgiu durante a Operação Lava-Jato quando o ministro era citado como um bastião contra a corrupção.
O que foi dito na audiência
Um dos momentos mais compartilhados foi um vídeo do senador Cleitinho (Republicanos-MG), que destacou a parte do depoimento em que Cid afirma que a minuta do golpe nunca teve a assinatura de Bolsonaro. Essa declaração foi vista como chave para a linha de defesa do ex-presidente. Cleitinho, em seu discurso, garantiu: “Se esse documento não foi assinado, quer dizer que não houve golpe ou tentativa de golpe”. Essa fala rapidamente ecoou entre os defensores de Bolsonaro, que estavam sedentos por um argumento que pusesse em xeque as alegações contidas no inquérito.
Apoio político e polêmicas
Além do senador Cleitinho, que foi enfático em suas declarações, outros aliados de Bolsonaro também se manifestaram. O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, replicou o vídeo e comentou: “Ministro Fux acabou com a narrativa de golpe!”. Esse tipo de reação demonstra o quanto a política brasileira atualmente está polarizada e como a interpretação de fatos pode ter o poder de galvanizar correntes políticas inteiras.
A narrativa da ameaça
Outro ponto que chamou a atenção foi a manifestação do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), que declarou que Mauro Cid poderia estar sendo ameaçado. Gayer argumentou que Fux teria feito perguntas que, segundo ele, “anulariam o julgamento”, focando na questão da minuta do golpe. “Fazem uma delação baseada em um documento que ninguém viu. E mesmo assim, o Bolsonaro não assinou”, declarou, evidenciando a sua percepção sobre a fragilidade das provas apresentadas até agora.
Retorno a um slogan famoso
O movimento de exaltação a Luiz Fux relembra o slogan “In Fux We Trust”, que se tornou popular em um momento passado da política brasileira, especialmente entre os que apoiavam a Operação Lava-Jato. A frase, que já foi estampada em camisetas e redes sociais, se inspirou na famosa expressão “In God We Trust”, utilizada nos Estados Unidos, e simbolizava a confiança do povo na judicialização contra a corrupção. Hoje, essa frase é aglutinadora para parte dos partidários de Bolsonaro que esperam que a Justiça lhes traga alívio.
Desdobramentos do depoimento de Cid
Mauro Cid, que firmou um acordo de delação premiada, foi o primeiro a depor no STF sobre a suposta tentativa de golpe. O desenrolar desse caso promete ser complexo, com outros depoimentos agendados ao longo da semana, incluindo o do delegado e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). À medida que os depoimentos prosseguem, a expectativa é de que novas informações venham à tona, que podem alterar radicalmente o panorama político atual.
O clima de incerteza em torno do processo está palpável, e os apoiadores de Bolsonaro veem em cada nova resposta uma possibilidade de reverter a situação que os envolvem. Este episódio poderá não só ter repercussões jurídicas, como também se entrincheirar na narrativa política que será construída ao longo dos próximos meses.